quinta-feira, 19 de julho de 2007

O PS anda mesmo pelas ruas da amargura

Li na imprensa desta semana que há no PS alguém que quer fazer a cama ao Dr. Barra.
Simultaneamente, 2 jornais, Cávado e Jornal de Barcelos, fizeram manachete com esse mesmo assunto: Há oposição ao líder do PS e as vozes contrárias denunciam de falta de chama e de verdadeira oposição por parte do do directório Barrista.

Curiosamente, João Lourenço, que até agora se tinha mantido num silêncio absoluto, aproveitou a boleia de um auto-anunciado e pretenso candidato ao lugar de Horácio Barra, para, dizendo que nada dizia, acabar por muito dizer. Com efeito, João Lourenço criticou asperamente a liderança de Barra. Que mais mal se pode dizer de um líder da oposição, quando se afirma que a opisção não se vê. Se como bem diz Horácio Barra, na política o que parace é; então, Lourenço arrasou Barra.
Mas além de Lourenço, também Miguel Andrade tocou na ferida do PS, ao dizer que o partido se preocupa com coisas menores e laterais.

Todavia, muito mais longe foi o ex-presidente da Junta de Cambezes - um histórico militante, ao criticar abertamente Barra e a estratégia que a direcção do PS tem prosseguido no caso da defesa (não defesa) das valências do Hospital de Barcelos,não se inibindo de falar da famigerada avença de Horácio Barra, advogado, como sendo politicamente incompatível com a figura de Horácio Barra, enqunato líder do PS. Relembre-se, uma vez mais, as palavras de Horácio: "na política o que parece é", pelo que "em nome da transparência" como gosta de afirmar, deveria tirar ilações deste episódio.

E não basta já, o eterno e gasto e roto discurso da actual direcção do PS, de que tudo são manobras do PSD ou da CDU ou do Zé Evangelista e do Sr. Torres.
Isso jáanão cola, nem convence os cada vez mais desagrados socialistas com a postura política e até pessoal de Horácio Barra, quanto mais essa massa enorme de votantes que não está arrigentada nos partidos e é quem decide as eleições.

É provável que o líder do PS tente dar um murto na mesa e por ordem na casa, na próxima reunião. Mas será que tem força para o fazer? Será que as palavras de Lourenço, de Andrade, de Silva, de Isaltina, e de outros, muitos deles autarcas, baasta ouvir o presidente da Junta da Várzea (entre outros) não fragilizaram demasiado o ainda candidato do PS às próximas eleições? Só o tempo o dirá.

Na perspectiva do ConcelhoProfundo, João Lourenço fala verdade quando diz que não quer candidatar-se à liderança do partido. E muito mais fala verdade quando diz que não apoia Vasconcelos. Afnal quem é Vasconcelos? a não ser um nado-morto!
Mas esta opção de Lourenço não ser candiadato a nada não deve deixar de preocupar ainda mais Horácio Barra.
Lourenço "solto", livre para dizer aquilo que pensa sem peias de obediência aparelhística, é muito mais perigoso, mais mortífero para a liderança de Barra.
A política tem destas coisas: quase sempre os inimigos internos são mais perigosos do que os adversários externos.

Barra pagará com juros demasiado altos as afrontas políticas que fez a Lourenço e afilosofia acabará por prevalecer sobre a estratégia do xadrez.
Se a vida é um jogo, a essência filosófica das coisas vai muito para além disso.
Afinal, o que é um tabuleiro perante o horizonte da liberdade das ideias...