quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ministro de(a) sarjeta



Quando e porque um ministro, no caso Santos Silva, o Goebells de Sócrates, se dirige a um deputado da nação que, bom ou sofrível não interessa, foi primeiro-ministro, estando ele ausente do plenário, dizendo que «berrou...» fica para além de um esgar de incredulidade a incontida vontade de lhe dizer que, assim diz quem só pode ser uma «besta» e mal educada... ou será um caso de inadaptação a regras de convivialidade e respeito diferentes das usuais em ambientes de sarjeta?

Escrito por David Oliveira

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

É a ministra que temos; e bem merecemos senão já tinha sido vassourada

A senhora Ministra da Educação quando em 2005 justificou a necessidade de aulas de substituição, fê-lo alegando e cito de cor,que:"a Escola deve ocupar sempre os alunos do básico e do secundário para que não vão para o café,para o tabaco e pior".Ora acontece que agora em 2007, ao pretender justificar um novo Estatuto do Aluno em que se acaba com a distinção entre faltas justificadas e injustificadas , afirmou em entrevista televisiva e volto a citar de cor:"o que é relevante não são as faltas,mas sim se o aluno sabe ou não sabe". Desta feita parece ter deixado de se preocupar se o aluno que falta vai "para o café, para o tabaco ou pior". Então em que ficamos?!
(António José Ferreira)

sábado, 3 de novembro de 2007

Bem prega Frei Tomás: O fascismo está de volta

O mesmo José Sócrates que em 27 de Julho se congratulava, em nome da União Europeia, com a reintegração do demitido presidente do Supremo Tribunal do Paquistão e dizia que “a independência do poder judicial e o Estado de Direito são elementos fulcrais da democracia”, oito dias antes tinha feito aprovar no Parlamento português a primeira lei que em 33 anos de democracia e 48 de ditadura equipara os juízes a trabalhadores do funcionalismo público. O “primeiro mundo” que serve ao Paquistão pelos vistos não serve a Portugal. Bem prega Esta insólita lei foi aprovada à socapa, fora da comissão especializada da Assembleia da República que trata destas matérias, contra todos os compromissos assumidos pelo Governo e nas costas de todos os interlocutores da justiça: conselhos superiores de magistratura, presidentes dos supremos tribunais e associação representativa dos juízes. Cá em Portugal é assim: quanto mais se apoucar a dignidade dos juízes melhor.Talvez não se possa esperar muito de quem compara o estatuto dos juízes ao dos engenheiros das câmaras municipais (TSF, em 25.10.05). Mas, por favor, alguém pode dizer ao nosso primeiro-ministro que a Constituição qualifica os juízes como titulares de órgãos de soberania, dotados de estatuto próprio, não integrado na administração pública? Se não gosta de tribunais independentes, prestigiados e imparciais, ao menos que use o poder absoluto da sua maioria parlamentar para modernizar a justiça e se deixe de medidas insidiosas de deslegitimação e controlo do poder judicial.É hoje muito claro que existe um projecto para funcionalizar o poder judicial em nome de qualquer coisa. Esta sujeição dos juízes às regras de subordinação do funcionalismo público não pode ter outra finalidade que não seja a de facilitar o controlo político dos tribunais e de conter a actividade dos juízes. Por isso, a desculpa que o Governo prontamente atirou para a Comunicação Social chega a ser notável. Como se alguém acreditasse nisso de os juízes estarem integrados num estatuto que afinal não se lhes aplica – então estão lá para quê?Era bom que o País não perdesse muito tempo entretido com as questões da justiça mediático-dramática, das escutas e dos segredos, distraído com os barulhinhos do telemóvel do PGR, e começasse a ouvir o ruído ensurdecedor que vai perturbando a qualidade da nossa democracia e o funcionamento regular nas nossas instituições. Ou então que alguém assumisse, de uma vez por todas, com total clareza, que o Estado quer construir a democracia por cima das cinzas de um poder judicial submisso e socialmente irrelevante. Para que se visse onde estão os políticos responsáveis. Para que os cidadãos fizessem as suas opções democráticas. E para que os juízes que não querem a espinha partida soubessem com que contar.O repugnante conceito de juiz-funcionário não serve à Justiça. A chave da reforma judicial está na procura de soluções e não na invenção de problemas.

Manuel Soares, Juiz / Secretário-Geral da Associação, Sindical dos Juízes Portugueses