terça-feira, 18 de novembro de 2008

A VERGONHA DE NÃO TER VERGONHA NA CARA

Há quatro anos, o administrador do Banco de Portugal Manuel Sebastião foi procurador do administrador do Banco Espírito Santo Manuel Pinho na compra de um prédio em Lisboa. Esse prédio era propriedade do Banco Espírito Santo, tendo Manuel Sebastião servido de intermediário numa compra entre o BES e um administrador do BES. Manda a boa prática que um administrador de um banco não se envolva em negócios pessoais com o próprio banco que administra. E manda a lei que o Banco de Portugal supervisione o funcionamento do Banco Espírito Santo.

Manuel Sebastião viria mais tarde a adquirir um apartamento nesse prédio, entretanto remodelado. Em Março deste ano, o ministro da Economia Manuel Pinho nomeou Manuel Sebastião presidente da Autoridade da Concorrência. A lei exige que a Autoridade da Concorrência seja um "regulador independente". A possibilidade de ela entrar em conflito com o Governo é elevada, sendo no mínimo discutível que um ministro nomeie um amigo pessoal - e seu inquilino - para desempenhar tal cargo. Certamente por achar que não havia nada para esclarecer neste caso, o Partido Socialista chumbou, na sexta-feira, a audição a Manuel Pinho e Manuel Sebastião no Parlamento, pedida pelo CDS-PP.

Estes são os factos. Confrontado com eles, o que é que o primeiro-ministro de Portugal decidiu comunicar ao País? Que não encontra no que foi publicado "nada que seja contra a lei". O que até é bem capaz de ser mentira, mas admitamos que possa ser verdade. Só que José Sócrates não ficou por aí. E acrescentou também não ter encontrado "nada que seja criticável do ponto de vista ético". Ora, isto são declarações absolutamente vergonhosas, e só mesmo por vivermos num país onde a mentira na política é aceite com uma espantosa tolerância é que um primeiro-ministro pode dizer uma barbaridade destas e sair de mansinho.

Se José Sócrates encontrasse um dos seus ministros a tentar arrombar um cofre com um berbequim diria aos jornais que ele estava só a apertar um parafuso. Afinal, também no caso da sua licenciatura o primeiro-ministro não viu nada de eticamente duvidoso nem de moralmente reprovável. Ora, o que me faz impressão não é que esta gente que manda em nós atraia a trafulhice como o pólen atrai as abelhas - isso faz parte da natureza humana e é potenciado por quem frequenta os corredores do poder. O que me faz impressão é o desplante com que se é apanhado com a boca na botija e se finge que se andava só à procura das hermesetas. É a escola Fátima Felgueiras, que mesmo condenada a três anos e meio de prisão dava pulinhos de alegria como se tivesse sido absolvida. Nesta triste terra, parece não haver limites para a falta de vergonha.

João Miguel Tavares
Jornalista

É verdade?!

A Escola do Freixo, em Ponte de Lima, foi o palco escolhido por Sócrates, na passada quarta-feira, para mais uma acção de promoção dos computadores da JP Sá Couto para o 1.º ciclo. Sócrates chamou os jornalistas e distribuiu os “Magalhães” pelas crianças. Terminada a cerimónia oficial, os portáteis tiveram de ser devolvidos.
...mas isto é verdade?! É?!
... prendam-no. Se o encontrarem atem-no ... atirem-lhe dardo com tranquilizante e entreguem-no no Júlio de Matos ... no Miguel Bombarda.
Actualização: segundo Margarida Moreira, da Direcção-Regional de Educação do Norte (DREN), «os alunos só não levaram os computadores para casa, porque isso foi uma opção pedagógica»!!!
... prendam-na. Se a encontrarem atem-na ... atirem um dardo com tranquilizante e entreguem-na no Conde Ferreira.

In Pleitosapostilas

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quando eles já falam assim do Chefe Sócrate, a coisa está mesmo moribunda

Armando Ramalho, militante socialista há 35 anos e que na passada semana anunciou a sua candidatura à liderança do PS, escreveu uma carta ao presidente do partido Almeida Santos, a sua “firme convicção” em avançar para a disputa do cargo de secretário-geral. Pede-lhe também que assegure a todos os candidatos “as mesmas condições” e volta a tecer duras críticas às políticas actuais do partido.

“Em conformidade e reclamando o conhecimento das mais torpes entorses à legitimidade e às desfavoráveis condições das candidaturas oponentes ao poder instalado, experiência de uma já longa vida de andanças partidárias, venho junto do meu Caro Presidente pedir a sua especial atenção para que a democracia interna e o respeito que a todos é devido não sejam ofendidos”, pede o candidato.

Logo a seguir, Armando Ramalho diz que o actual primeiro-ministro e secretário-geral do partido, José Sócrates, “parece ter uma luta pessoal com o país, colocando assim em risco a própria soberania nacional”. E dá uma mão cheia exemplos: “os professores não podem ser tidos como simples mandaretes de interesses canhestros”; “as Obras Públicas e o seu absurdo ministro fazem já parte do anedotário nacional, o TGV sem rumo e sem justificação plausível”; “uma classe média mais do que espremida por impostos, pagam os devaneios do despesista Estado”; “as pessoas têm medo de sair à rua à noite (...) e a culpa é a falta meios que o Governo teima em não colocar à disposição destas forças [policiais] por pura obsessão do estafado rigor orçamental”.

Lembra também “a Justiça em bolandas entre Magistrados, Códigos e aplicações de sentenças, que o povo não compreende e dificilmente aceita”; “os mais que sentidos sinais de um Estado sem lei, com o incidente impensável num país da União Europeia, ocorrem na Madeira, perante o desnorte a quem incumbe aplicá-la”; “a privatização anunciada de parte do sistema financeiro é de uma terrível falta de sentido de Estado de Direito” e “a afronta futuro estético da capital do País com projectos sem o mínimo sentido de governo para as pessoas, pondo a recato os interesses privados de duvidosa legitimidade”.

O candidato diz a Almeida Santos que não avança para a corrida pela liderança do PS como uma “cópia de Barack Obama”, até porque diz ter mais dez anos, mas afirma exemplo do presidente eleito dos Estados Unidos significativo. “Cada um deverá encontrar a melhor forma de servir o seu país, e, como ele, não tenho medo.”

Armando Ramalho não é uma figura política conhecida fora do PS, mas no partido quase todos o conhecem pela sua militância activa. Este gestor de 59 anos formado em ciência política já disputou várias eleições distritais e concelhias do partido e participou na elaboração de diversos documentos políticos do PS.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Fundogate (ou como eles pensam que enganam o Zé povinho)

No DN, em 23-10-2008, a dra. Maria José Nogueira Pinto fazia uma acusação terrível ao Governo de José Sócrates que, até agora, ficou sem resposta:
"Quando se torna público que a Segurança Social já perdeu 200 milhões de euros na sua carteira de investimentos, pareceria normal que o ministro Vieira da Silva explicasse, sentisse mesmo necessidade de explicar, como é que este fundo é gerido, quem decide das aplicações, que decisões foram essas, porque é que 500 milhões de euros foram aplicados no BPN (um banco de vida atribulada...), etc. Quanto mais não fosse para não tornar ridículas as lições de moral sobre o capitalismo e o mercado que o primeiro-ministro nos prodigou, se o motivo maior - o de este fundo dizer respeito aos descontos e às reformas de cada um de nós - não relevar para o Governo." [grosso meu]
João Miranda no Blasfémias acaba de descobrir uma notícia do Público em 24-10-2008 que explora a informação de Maria José Nogueira Pinto no DN de 23-10-2008 e que transcrevo do Blasfémias pela sua relevância:
"Segurança Social aplicou cerca de 500 milhões de euros no BPNEm fins de Agosto deste ano, o Instituto da Segurança Social possuía 947 milhões de euros em liquidez (depósito de numerário e fundos). Entre essas aplicações, encontra-se o Banco Português de Negócios (BPN), onde a Segurança Social aplicou cerca de 500 milhões de euros.Antes de rebentar a crise financeira, o BPN remunerava os depósitos dos clientes com altas taxas de juros, por vezes acima de um dígito, e que batiam largamente a concorrência, que chegou a contestar as práticas do BPN. “Não comentamos operações com clientes”, disse ao PÚBLICO fonte oficial do BPN. O próprio presidente do instituto não quis comentar, alegando que não o fazia em termos individuais. O critério de selecção das instituições, segundo Manuel Baganha, é feito com base de um rating mínimo.Neste caso, o valor mínimo escolhido é AA-, classificação que o BPN já não atinge.Nos últimos anos, o BPN foi objecto de reanálises sucessivas por parte das agências de notação financeira, que avaliam a qualidade da dívida de uma empresa. Em Março deste ano a Fitch Ratings classificou a capacidade do BPN cumprir com as suas responsabilidades de longo prazo em BBB, com o outlook (perspectiva) estável. E em Julho a Moody’s reviu em baixa o rating do banco de Baa1 para Baa3, dada a excessiva concentração do risco de crédito, nomeadamente na área da construção e no imobiliário."
A notícia do Público não é clara, mas, nesta notícia, a jornalista Cristina Ferreira do Público parece dar a entender que se trata de depósito. Foi mesmo? Ou tratou-se de compra de acções do próprio banco, como aqui se duvidava? Ou de fundos de investimento do próprio BPN?Depois da retórica anti-capitalista, José Sócrates deve uma explicação ao País, e o ministro Vieira da Silva também, além das perguntas que anteriormente já coloquei sobre este caso, sobre as seguintes quatro questões relativente ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), adiante designado por Fundo:
1. O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, cujo objecto é ajudar a garantir a sustentabilidade do sistema de segurança social (designadamente o pagamento das pensões dos portugueses), efectuou aplicações financeiras de "cerca de 500 milhões de euros" no BPN?!...2. Os directores do Fundo aplicaram - alegadamente - "cerca de 500 milhões de euros" no BPN sem o conhecimento e a aprovação expressa do ministro Vieira da Silva e do primeiro-ministro José Sócrates?3. Por que motivo o Fundo aplicou esse volume de dinheiro no BPN?...4. Em que outros bancos com dificuldades, e com cotações em declínio, como o BCP, o Fundo tem aplicado dinheiro e com que objectivos?
O Governo de José Sócrates pode continuar a evitar fornecer estas informações detalhadas aos portugueses, relativamente ao caso do Fundogate que comecei aqui a reclamar em 14 de Outubro de 2008. Mas essa opacidade não dura sempre. Por mais que demore, um dia, os responsáveis do Fundo, e os dirigentes políticos responsáveis, serão chamados a explicar cada movimento do Fundo, especialmente os de maior dimensão, as instruções recebidas da tutela (e de quem, os despachos, os ofícios, os mails, etc.), analisando-os à luz do quadro legal estrito definido. Julgo que o Governo não poderá negar o controlo da Assembleia da República, do Presidente da República, Tribunal de Contas, além do controlo de outros organismos judiciais, neste domínio.O dinheiro do povo é sagrado: a sua aplicação tem de ser transparente e escrutinada em detalhe. O povo tem direito a saber.
publicado no PortugalProfundo

sábado, 1 de novembro de 2008

Bem pregava Frei Cróquetes

Multiplicando-se os telefonemas que o PM desta nação alegadamente “europeia” faz para a comunicação social, torna-se interessante e até recomendável recorrer aos benefícios do “choque tecnológico”, que nos dá a possibilidade de ver e ouvir novamente alguns debates do passado recente na Assembleia da República. Num deles, o líder da oposição dizia isto ao PM da altura, corria o ano de 2004:“...e esse caso não é resolvido pelo seu silêncio. Esse é um caso a que não pode fugir. E é o caso seguinte: é o caso de um ministro do seu governo, que fez uma pressão ilegítima junto de uma estação privada e que conduziu à eliminação de uma voz incómoda para o seu governo. E o senhor primeiro-ministro desculpar-me-á, mas quero dizer-lho com clareza: esse episódio é um episódio indigno de um governo democrático e é um episódio inaceitável. E isso é uma nódoa que o vai perseguir, porque essa nódoa não vai ser apagada facilmente, porque é uma nódoa que fez Portugal regressar aos tempos em que havia condicionamento da liberdade de expressão. E peço-lhe, senhor primeiro-ministro: resista à tentação do controle da comunicação social. Não vá por aí, porque nós cá estaremos para evitar essas tentações.”Assim sendo, estaremos agora entre 1936 e 1937, no início da tentação, ou então este Sócrates não é o mesmo, é outro.

Este mesmo Sócrates que assim pregava na assembleia da Republica, em 2004, é agora o primeiro-ministro de Portugal, que sempre que sai uma notícia que entende não lhe ser favorável, apressa-se a telefonar, disse bem, telefonar os directores dos jornais e aos próprios jornalistas para pedir esclarecimentos (entenda-se) pressionar e de que maneira os autores dos factos noticiados.

Eu já tinha avisado: um tipo como este, que assina projectos por favor, que faz licenciaturas que aceitam exames por fax, mas depois entende que essas universidades já não prestam porque não têm qualidade; um tipo destes que faz seis minutos de propaganda a um computador mentindo compulsivamente dizendo que o mesmo é português - por acaso os renaults montados em Portugal são portugueses?; um tipo assim é perigoso, muito perigoso! estudem o perfil dos grandes ditadores! E depois venham conversar, ou não digam que não estavam avisados.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O chiqueiro do Estado Social


EU SEMPRE DISSE QUE ESTA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
APENAS SERVIA PARA ALIMENTAR ASSOCIAÇÕES E SEUS AFILHADOS
E ESCONDER O VERDADEIRO DESEMPREGO
"Porcos no chiqueiro":

Défice da balança de transacções correntes em percentagem do PIB - 2000-2007
EU
"Países excitantes obtém acrónimos excitantes, pelo menos nos círculos financeiros. O Brasil, a Rússia, a Índia e a China, por exemplo, países em crescimento rápido, são chamados BRICS [tijolos], as próprias iniciais indicando um crescimento sólido. Outros países têm menos sorte. Vejam por exemplo, Portugal, Itália, Grécia e Espanha [Espanha], às vezes chamados PIGS [Porcos]. É uma alcunha pejorativa mas com muita verdade.Há oito anos, os Pigs [Porcos] voavam mesmo. As suas economias levantaram voo depois de aderir à Zona Euro. As taxas de juro caíam para mínimos históricos – e eram, com frequência, negativas em termos reais. Tal como o dia sucede à noite, seguiu-se uma explosão do crédito. Os salários subiram, os níveis de dívida incharam, tal como os preços das casas e o consumo. Agora os Pigs [Porcos] caíram no chão.Pelos números do comércio se pode ver até onde podem cair. Enquanto a Zona Euro, de modo geral, está em equilíbrio, no final de 2007 a Espanha e Portugal tinham défices da balança de transacções correntes equivalentes a 10% do PIB. Nessa altura, a Grécia tinha uns colossais 14%, enquanto o défice italiano de 3% era relativamente respeitável.A resposta usual a um escancarado défice da balança de transacções correntes é uma forte desvalorização. Mas os Pigs [Porcos] são membros do euro, portanto essa estrada está fechada.A alternativa seguinte é simplesmente continuar e financiar o défice de alguma forma. Mas isso é cada vez mais difícil de realizar nestes tempos de censura do crédito. Na verdade, a Espanha pode ter um problema particular. No passado, os seus bancos – especialmente as suas cajas [caixas] não cotadas – utilizaram títulos garantidos por activos (ABS), de baixa qualidade, para conseguir dinheiro barato do Banco Central Europeu. Mas o Banco Central Europeu tenciona apertar as suas regras de empréstimo.Resta, por isso, uma última e muito dolorosa solução. A competitividade pode ser restaurada pela baixa dos salários reais. Por outras palavras, uma depressão profunda. O sinal mais dramático disto pode ser visto em Espanha, onde o desemprego cresceu cerca de um ponto percentual no segundo trimestre [em Portugal não cresce porque o Governo coloca formalmente em formação profissional, cerca de 100 mil desempregados, como revelou o semanário Sol e como se fosse financeiramente e humanamente possível estarem constantemente em formação profissional cerca de cem mil pessoas!...]A Grã-Bretanha, enfrentando problemas semelhantes nos primórdios dos anos 1990 quando foi acorrentada ao Mecanismo de Taxas de Câmbio comunitário (ERM), retirou a libra do ERM e a desvalorização salvou-lhes a pele. Há quem se pergunte se os Pigs [Porcos], enquanto parte do Euro, não se arriscam a tornar-se bacon."

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

ACUSO

Acuso agora José Sócrates de não ter tido a coragem política de cumprir uma das promessas do seu programa eleitoral, que era a de progressivamente financiar as autarquias a partir do Orçamento do Estado, em exclusivo, deixando de lhes permitir financiarem-se também com as receitas locais do imobiliário - deste modo impedindo que quem mais construção autoriza, mais receitas tenha. Acuso o Governo de José Sócrates de ter feito pior ainda, inventando essa coisa nefasta dos projectos PIN (de interesse nacional!), ao abrigo dos quais é o Governo Central que vem autorizando megaconstruções que as próprias autarquias acham de mais. Acuso esta gente que só sabe governar para eleições, que não tem sequer amor algum à terra que os viu nascer, que enche a boca de palavrões tais como "preservação do ambiente" e "crescimento sustentado" e que não é mais do que baba nas suas bocas, de serem os piores inimigos que o país tem. Gente que não ama Portugal, que não respeita o que herdou, que não tem vergonha do que vai deixar.
Miguel Sousa Tavares, no "Expresso"

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Quem são os filhos da puta que fazem leis destas?

O pagamento de parte da remuneração a um colaborador em espécie está consignada na Lei. Existe e nada contra. Nada! porque apenas é efectuada desde que exista consentimento do colaborador. Nada! porque está limitada a um montante que nunca pode ser, em valor, mais do que a parte paga em dinheiro.
Outra coisa absolutamente diferente é que essa possibilidade passe a sê-lo sem o consentimento do trabalhador. Concordem os sindicatos ou não com tal hipótese eu, acho-a uma aberração. Por princípio. Inadmíssivel. Haja bom-senso! É uma daquelas decisões/hipóteses que só são possíveis em cabeças suportam QI´s anormais – se superiores ou inferiores fica ao critério de cada um. Para mim são, sem dúvida, QI´s indiciadores da mais perfeita idiotia, por um lado ou perversidade, por outro.
Imagine o leitor que trabalha para um armazenista de produtos hortícolas. O seu patrão vai começar a pagar-lhe parte do ordenado em batatas, repolhos, cebolas. Responde o leitor: melhor! não tenho que as comprar e essa é uma outra maneira de “lucro” já que me são contabilizadas ao “preço-de-custo”. Pior seria se as tivesse de ir comprar a preços de retalhista. Ai é?! e se recebe por conta do seu honorário dez quilos de batatas, cinco de repolhos, cinco de cebolas, dois de cenouras e o seu consumo em casa é de, normalmente, metade dessa quantias? Vai alugar um lugar na praça/mercado do seu sítio para transaccionar os seus excedentes? vai de porta em porta abastecer os seus vizinhos? ou... imagine que trabalha para um armazenista de bananas e, por já não poder ver ou cheirar bananas, o seu patrão resolve começar a entregar-lhe por pagamento dez quilos de bananas por mês. Deve, ser caso, para mandar o seu patrão enfiar as bananas no cú (dele) ou... imagine que trabalha num pub e o seu patrão resolve abrir uma conta-corrente com um plafond (por conta do pagamento em espécie) de 60 bebidas por mês? ou... imagine que trabalha ao balcão de uma discoteca e o seu patrão resolve começar a pagar-lhe parte em Cd’s ou em uma livraria e recebe por conta livros?... e que tal se fossem à merda?!
Não se deve/pode escrever/dizer asneiras. Ai não?! mas pode tentar ser-se “filho-da-puta” e lixar o próximo - lixar o próximo protegido pela Lei e ser “filho-da-puta” fazendo leis destas?
escrito por David Oliverira - no blogue Pleitoseapostilas

Mais uma “mentira” de José Sócrates

«Magalhães», um computador pouco português

Apresentado com pompa e circunstância por José Sócrates, trata-se de um produto totalmente idealizado pela Intel


Foi anunciado como o primeiro computador português, mas não é bem assim. O Magalhães é originalmente o Classmate PC, produto concebido pela Intel no sector dos NetBooks, que surge em reacção ao OLPC XO-1, que foi idealizado por Nicholas Negroponte.
Será, no fundo, um computador montado em Portugal, mais propriamente pela empresa JP Sá Couto, em Matosinhos. Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.

Computador já está à venda em vários países
Este computador ultraportátil já está à venda em vários países, inclusivamente o Brasil, mas nem sempre é conhecido pelo mesmo nome. A ideia não é portuguesa, mas irá dar postos de trabalho na montagem dos componentes. Também permitirá manter bem viva a acção das empresas de comunicações, que irão fazer mais alguns milhares de contratos de acesso a Internet. São 500 mil portáteis disponíveis para as crianças dos seis aos dez anos. Um agrado para os mais novos, que com certeza também satisfará os pais.
Na Indonésia o «Magalhães» é conhecido pelo nome de «Anoa», na Índia é o Mileap-X series, na Itália é o Jumpc e o no Brasil é conhecido por Mobo Kids. O Governo do Vietname percebeu o sucesso da oferta e já o colocou nas escolas a preço reduzido. Uma ideia agora adoptada por José Sócrates.
Intel como conselheira tecnológica
(…) ao contrário da pompa e circunstância difundida pelo Governo, a notícia teve um outro impacto a nível internacional, sendo considerado um grande negócio para a Intel na guerra pela liderança no mercado dos Netbooks com a rival OLPC (One Laptop Per Child ¿ Um Computador Por Criança). Segundo a porta-voz da empresa, Agnes Kwan, para além da maior venda de sempre destes computadores, a Intel passará a ter direito de conselheira tecnológica do Ministro Mário Lino, que está a liderar o programa. A mesma porta-voz diz que estes computadores (Classmate PC) já estão presentes em mais de 30 países, relata a agência Associated Press.
Por: Filipe Caetano

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O prémio por matar o "porco"

Sócrates e o seu motorista passeavam por uma estrada quando, subitamente, atropelaram um porco matando-o instantaneamente. Sócrates disse ao motorista que fosse até à quinta e explicasse ao dono do animal o que tinha acontecido.Uma hora mais tarde...
Sócrates vê o seu motorista a cambalear em direcção ao carro, a roupa toda amarrotada, desgrenhado, com um cigarro em uma mão e uma garrafa na outra...- O que é que aconteceu? - pergunta Sócrates.
- ... o dono da quinta deu-me vinho, cigarros e a sua charmosa mulher fez amor comigo... desenfreadamente.
- ... mas... que lhes disse?
Disse: “sou o motorista do Sócrates e acabei de matar o porco.

Escrito por Daniel Oliveira, em Pleitoseapostilas

sábado, 26 de julho de 2008

O Chiqueiro


O chiqueiro onde Sócrates chafurda não me toca. Pela aragem se vê quem vai na carruagem.
Como não me toca que os “gorilas” de Chavez tenham dado ordens e se tenham imposto aos agentes de segurança portugueses como se na Venezuela estivessem. Fizeram o que tinham a fazer e foram até onde lhes foi permitido ir. O que aliás nem é novidade. A Europa é uma prostituta velha, falida, que a tudo se sujeita para conseguir as migalhas que a mantenham em pé. Entre o que aconteceu por cá e o que acontece neste momento entre a Suíça e a Líbia do outro javardo – Kadhafi - amigo de Sócrates, preocupa-me, em todos os sentidos, mais o que se passa por lá. Pelo que vale em si. Pelo que vale a Suíça que vale e representa mais do que Portugal e pelo que vale a Líbia.
«Hannibal Kadhafi, cuarto hijo de Muammar Kadhafi, y su mujer fueron detenidos el 15 de julio en Ginebra, tras una denuncia de dos empleados que los acusaron de golpearlos. La pareja fue liberada dos días más tarde tras depositar una fianza de medio millón de francos suizos (312.500 euros). Kadhafi, de 32 años, que acusa a la policía de haberlo maltratado durante su detención, ya fue procesado en París por actos de violencia contra su mujer en 2005 y detenido en 2004 por conducir por los Campos Elíseos de la capital francesa a 140 km/h en su auto de marca Porsche. El comunicado fue publicado al margen de una manifestación organizada por ambas compañías ante la embajada suiza en Trípoli, segunda manifestación de este tipo tras la convocada el miércoles por los Comités Revolucionarios, espina dorsal del régimen de Muammar Kadhafi. Hannibal Kadhafi es oficialmente "consejero" de la Compañía libia de transporte marítimo que monopoliza casi totalmente los productos energéticos en Libia, y tiene una flota de diez naves. Libia, primer suministrador de petróleo de Suiza, amenazó el miércoles con cesar sus exportaciones de crudo a ese país».
Isto - tudo o que explica a existência de situações destas – é que me preocupa. Também é verdade que vão surgindo outros acontecimentos que me dão algum alento. Sem surpresa alguma. São o significado que a viagem e as palavras ditas por Obama no périplo que fez pelo Médio-Oriente e a visita que fez a Berlim aliás, só existiram mesmo dois actos com relevância: a visita que fez ao Muro das Lamentações em Jerusalém, o discurso em Berlim e a mensagem que enviou ao Irão. Tudo o resto é babugem para sustentar jornalistas e entreter papalvos. O mais são os inevitáveis “roncos” e “chafurdice” da “porcalhada” que entra e sai do “chiqueiro”. Que conste, a hierarquia apesar de ameaçada, mantem-se. Primeiro o dono da quinta depois, os capatazes depois, os tratadores depois, a “porcalhada”, as “bitacaias” e a imundície respectiva. Claro é que quem não quer apanhar “bitacaias” não vai à pocilga... e claro é que quem não quer que a imundície lhe suje as calças não vai para a beira da estrada, bater palmas aos tratadores ou aos capatazes.

Escrito do Daniel Olivera, em Pleitoseapostilas

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A grande vigarice das contas do Governo

Foi publicado pela DGO o Boletim de Execução Orçamental relativo a Junho 08. Até Janeiro de 2009 – mês em que deverá ser publicado o boletim com os números da execução orçamental referente ao ano de 2008 – não farei mais nenhuma apreciação. Deixou de valer a pena. Façam como eu. Leiam-nos e apreciem-nos como bem entenderem. Porque não vale a pena? porque entrámos em definitivo no mundo da contabilidade virtual, da ficção e do imaginário e... ilusões não têm comentário. Porquê assim? porque o governo perdeu o pé. Contas por contas não levo a sério que o défice do Estado diminuiu quase 30% no 1º semestre. Diminuiu porque foram considerados os mais de 450 milhões de euros que a EDP transferiu para o Estado devidos pela nova concessão (na receita) não tendo sido considerada a despesa respectiva - os encargos que vai ter de pagar à REN.
Em segundo lugar porque além de serem “vigaristas” há muito passaram também a ser descarados. O que eu vejo, leio e sei os outros podem ver, ler e saber igualmente. Estou a referir em concreto o “barulho” que Sócrates e Teixeira dos Santos fizeram de que nunca recorreriam a receitas extraordinárias ora as receitas extraordinárias, este ano, já vão em pelo menos em 541,5 milhões de euros.
- O Governo, na maior parte das entidades em que é accionista a 100 por cento, decidiu agravar o valor dos dividendos (parte do lucro entregue ao accionista) a distribuir em 2008, não aceitando as propostas que lhe tinham sido apresentadas pelas administrações... obtendo, desta forma, uma receita adicional de, pelo menos, 141,5 milhões de euros.
- O Governo poderá encaixar este ano uma receita extra de pelo menos 283 milhões de euros com a concessão das novas 10 barragens. Qualquer coisa como 0,2 por cento da riqueza produzida.
- Com Foz Tua, adjudicada à EDP, o Estado já recebeu 53 milhões de euros. Tendo em conta as restantes 9 barragens, o Estado poderá, se nenhum concurso ficar vazio, 230 milhões de euros ou seja... 0,5% do PIB.
Extraordinariamente!
escrito por David Oliveira, em Pleitoseapostilas

terça-feira, 22 de julho de 2008

Fome e incompetência política

Até já a classe média pede ajuda alimentar!!!!!!!Veja-se a notícia aqui:http://diario.iol.pt/economia/portugal-fome-crise-misericordias-classe-media/973588-4058.htmlO relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia porrtuguesa veio pôr as coisas no seu devido lugar: Os problemas económicos em Portugal têm causas internas. A culpa é dos políticos que têm tido o Poder em cada momento.- Incompetência;-Corrupção;- Subserviência e estúpida dependência em relação a Espanha.Políticos que obtiveram licenciaturas fantasmas, facilidades de toda a ordem para obter graus académicos;Enriquecimento de pés descalços a todo o vapor e sem justificação possível;Jogadas de toda a ordem para sacar os subsidios da União Europeia;Compadrio;Tráfico de influências.Políticos sem experiência alguma da vida. Que eram uns miudos em 25 de Abril mas que através dos partidos foram subindo na hierarquia do Estado, mas sem qualquer preparação.Escândalos e mais escândalos todos abafados pela Justiça;Justiça corporativa, dependente dos partidos, da maçonaria.É este o Portugal de José Sócrates, que o afundou ainda mais.José Sócrates tem muita conversa, mas é tudo propaganda.Destruiu , destruiu, destruiu.Espanha/Espanha/Espanha foi o mote...Aí está agora um Portugal de pantanas, a classe média já a passar fome juntando-se a outros 2 milhões de pobres!Portugal nem consegue aproveitar os acordos com a Venezuela, com Angola, com a Líbia.Não temos produção suficiente para os rentabilizar.Não há portugueses em número suficiente. Emigram para fugir à fome.Vao criar riqueza no estrangeiro.O Governo continua a apostar nas ventoinhas éolicas ---- produzidas por empresas espanholas!Portugal é uma imensa aldeia da roupa branca... sim porque ainda vai voltar a necessidade de ir lavar a roupa aos riachos e aos barrancos e entendê-la em cima dos tojos....O Presidente da República não pode assistir a isto de braços cruzados.
Posto por José Maria Martins

ECCE HOMO

Sócrates discursava para algumas centenas de militantes socialistas na Pavilhão de Portimão quando, de repente, aparece Jesus Cristo baixando lentamente do céu.Quando chega ao lado de Sócrates, diz-lhe algo ao ouvido.
Sócrates, dirigindo-se à multidão, diz:
- ... camaradas! O camarada Jesus Cristo está aqui, e quer dizer-vos umas palavras
Jesus pega o microfone e diz:
- Povo português, este homem aqui ao lado, o Primeiro-Ministro Sócrates, não vos tem dado o 'pão do conhecimento' da mesma forma que eu fiz?
Os socialistas respondem: - Siiim!
- Não é verdade que como eu multipliquei os pães e os peixes para dar de comer a todos este homem, inventou os aumentos de cinco e de dez cêntimos nas pensões, para que todos se pudessem alimentar? - Siiiiim!, responderam os militantes.
- Não é verdade que este homem, Sócrates, reformulou o Serviço Nacional de Saúde, assim como eu curei os enfermos e tratei os pobres e desfavorecidos? - Siiiim!
- Não foi, também ele, traído por companheiros de partido, assim como eu fui traído por Judas?
Os socialistas gritaram ainda com mais força:
- Siiiim!
- ... do que é que estão à espera para crucificar o gajo?!
postado em Pleitoseapostilas

segunda-feira, 7 de julho de 2008

...entre o palácio de S. Bento e um esquife

... contudo pormenores há, detalhes importantes existem que não carecem de debate parlamentar para poderem ser, com propriedade, apreciados. Detalhes importantes já que são o que distinguem o charlatão, o burlão do dignitário íntegro, do político insuspeito, do homem de Estado. A semântica, a arenga, a retórica balofa... Os pleonasmos, os anacolutos de que Sócrates - à defesa e sempre a tentar justificar-se - tanto gosta ... A construção da oratória dele. A semântica do sistema e, pior ainda, do regime.
A política e a politiquice... como se algum destes flibusteiros de pacotilha conseguisse alguma vez sair do charco e subirem à tribuna com o nobre intento de dizer e de servir. É uma absoluta inversão de valores – do cargo, do estatuto que lhe é inerente e do homem que o ocupa. Digo-o porque não é o cargo que confere dimensão ao político.
A crise que não há. A presente situação é de «sérias dificuldades» (sic). As críticas e as dúvidas sobre alguns projectos e investimentos públicos significam «falta de esperança»(sic). O crescimento da economia que «será menor do que pensávamos»(sic). O desequilíbrio das contas públicas que não há: em rigor ficamos a saber que qualquer valor negativo [-3; 0[ é igual a zero – ... é extraordinário. «As novas dificuldades que enfrentamos» - novas?!
Não! Sócrates é que é um charlatão e como qualquer charlatão faz primeiro cria a ilusão e depois face ao despertar da plateia e pressionado pela realidade, que não pára nem lhe solicita autorização, vai a reboque. Reage! e mesmo assim reage mal e, as mais das vezes, tardiamente. Também é explicável (e não deve ser segredo para ninguém) porque é que a reacção é tardia. Tarda porque avaliar as consequências eleitorais leva tempo. Mal porque é muito difícil ter simultaneamente pau e bola.
Sócrates quando desceu o IVA fê-lo de peito inchado e disse – a quem acreditou - «porque a crise está ultrapassada»(sic) sob o efeito do comprimido de ecstasy, que para ele foi a UE ter confirmado um déficit de 2,6%. As dificuldades são novas de/com um ano. Avisaram a AIE (Agência Internacional de Energia), a OCDE, o BM, o Comissário Europeu... respondia (sorrindo) Teixeira dos Santos que «entre os erros deles e os nossos, os deles são bem mais»... por fim a tentativa de estabelecer uma relação entre uma reavaliação de alguns projectos com falta de esperança é mesmo o prenúncio do fim. Não tem uma coisa que ver com a outra. Nem a reavaliação é sinónimo de impedimento nem a reavaliação é de todos os projectos. Donde vem tamanha preocupação e desnorte? para Sócrates e para o PS a prossecução desses projectos são a diferença entre o palácio de S. Bento e um esquife.
Escrito por David Oliveira em Pleitoseapostilas

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O comportamento dos tipos do governo é de um descaramento atroz.

Manuel Pinho, que desde o primeiro dia é uma das “araras” do governo, veio agora desmentir-se. Há três semanas replicou que, o que interessava, era o investimento de raíz (!); foi agora a Aveiro dizer – não o soubéssemos nós – que a nossa situação se degradou e os tempos seguintes serão pior. Exploram a ilusão, mascaram a realidade, mentem tanto que chegam a entrar no inadmissível. Daqui não há como esperar melhorias.
O Boletim de Execução Orçamental (Maio 08) publicado ontem confirma a degradação das contas públicas. A degradação está dissimulada mas está lá.
1 – Quem lê «nos primeiros cinco meses a receita fiscal registou um crescimento de 2,7%» também tem de ler que «para este resultado contribuiu essencialmente o crescimento registado nas receitas brutas do IRS»
2 – lê «a taxa de crescimento acumulado do IRC é de 10,6%» mas também tem de ler que «depende de diversos factores entre os quais se destacam a autoliquidação já contabilizada no corrente mês»
3 – lê «a receita não fiscal registou uma variação de 27,5%» e tem de ler que «reflecte, essencialmente, o aumento de dividendos pagos ao Estado pelo BP e CGD». Feitas as contas esses dividendos cresceram em relação ao ano passado - 46,6%. Em 2007 fora, 307 milhões. Este ano 450 milhões
4 - nas contas da Caixa Geral de Aposentações, as Pensões e Abonos aumentaram 6,7% e nas receitas, o Adicional ao IVA vale 124 milhões que correspondem a 0,8% da receita, que cresceu 1,4%
5 – os impostos indirectos decresceram 0,7% - o ISP arrecadou menos 200 milhões; o imposto sobre veículos arrecadou menos 87 milhões; o imposto sobre o tabaco menos 51 milhões... em linha! tudo continua a ser feito pelo lado da receita. Enquanto a receita cresce a 2,7%, a despesa efectiva cresce a 1,6% e a despesa corrente cresce a 3,7%


Escrito por David Oliveira do blogue pleitosapostilas

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O cadáver adiado

A paralisação dos camionistas portugueses, que dura desde as 0:00 de segunda-feira, 9-6-2008, é apenas mais uma revolta corporativa de uma sequência que não abrandará até ao fundo do vale da depressão económica que o mundo não produtor de petróleo e de salários altos conhece e com consequências bastante mais graves em Portugal, por causa da política absolutamente errada de José Sócrates que afundou a economia nacional no absurdo contraciclo da sua política financeira autista. De que serve a alguém ter a "casa arrumada" (Sócrates, em 29-3-2008 em Mortágua) se estiver desempregado e a família passar fome?...

A paralisação é desagradável, mas quando o "desespero campeia", como refere José Maria Martins, a "desobediência civil" parece a única saída para os camionistas das micro e pequenas empresas que constituem o grosso do sector dos transportes de mercadorias. Estes mantém os protestos, apesar da falta de solidariedade dos donos das grandes frotas que controlam a ANTRAM (só a TAS do presidente da ANTRAM António Mousinho tem "uma frota própria superior a 200 veículos") e arrasam o sector no dumping dos preços dos fretes - ainda hoje, 11-6-2008, ouvia no programa Opinião Pública da SIC-Notícias uma gestora de frota dizer que uma grande transportadora, a Álvaro Figueiredo, cobrava apenas 450 euros para um frete Lisboa-Madrid. Devido à atomização e independência tradicional do sector, é muito mais difícil conseguir um acordo com as suas corporações - a associação empresarial ANTRAM e o sindicato FESTRU (ligado à CGTP) -, que não têm tropa de choque obediente com penetração e dimensões suficientes, como a CGTP-PC teve no protesto dos professores, para abafar os protestos independentes e vender os trabalhadores num acordo manhoso com o Governo. Isto é, a desmobilização dos trabalhadores só parece possível com concessões tangíveis e igualitárias, sem a troca suja de compensações políticas externas aos interesses dos próprios.

Como outras revoltas anti-sistémicas, esta nasce da base e despreza os compromissos dos sindicatos e associações oficiais que vivem na habitual cumplicidade com o poder. O poder embrulha os representantes das classes profissionais no maço da folha de apoios e os trabalhadores e elementos de base são vendidos em acordos que os prejudicam. Os compromissos dos representantes, que na verdade passaram para o lado do poder, impedem-nos de afrontar o governo e cedem, mediante a oferta de cerejas que encimam os seus bolos.

O governo de Sócrates já tem a morte marcada: o seu governo é apenas um "cadáver adiado" que nem procria.

Paradoxalmente, a economia está a ser o carrasco da sua política ultra-capitalista e de promiscuidade com os grandes grupos económicos:
o petróleo continua a subir (133,00 dólares às 12:31 de 11-6-2008), de patamar em patamar, dois passos acima e um para baixo;
o dólar deixou de descer (1,5493 dólares/euro às 12:31 de 11-6-2008) - já nem o negligente ministro das Finanças Teixeira dos Santos despreza, como fazia, a subida do petróleo acompanhada pela depreciação do dólar...
a inflação real acelera;
o Produto Interno Bruto mingua (nova descida de 0,2% no primeiro trimestre de 2008, imitando a contração de 0,1% do terceiro trimestre de 2007);
as exportações diminuem e as importações aumentam, desequilibrando ainda mais a balança comercial portuguesa;
o investimento directo estrangeiro no nosso País reduz-se radicalmente a metade, por mais que o ministro Pinho o veja a... crescer "e bem";
multiplicam-se as falências e encerramento de empresas;
o desemprego real (o dos campos e ruas do País e não o da praça de Londres ou o da avenida António José de Almeida) aumenta;
a emigração dos desempregados, sub-empregados, subsistentes e jovens licenciados explode;
o endividamento das famílias (no final de 2007, era cerca de 129% do rendimento das famílias portuguesas, o segundo valor mais alto entre os países da zona euro) agrava-se, o crédito mal-parado cresce para o valor mais elevado de sempre (e 14,7% de aumento face ao primeiro trimestre de 2007) e a poupança reduz-se;
a fome reaparece, conforme avisam o Banco Alimentar e as organizações de caridade;
até a Igreja - veja-se a posição crítica do ponderado bispo do Porto, D. Manuel Clemente, em 5-6-2008, ou as palavras duras de D. Manuel Martins em 8-6-2008 - contesta o liberal Código do Trabalho e denuncia as desigualdades sociais, a fome e a carestia na saúde.

Mas como dizia, o meu professor Jorge Vasconcellos e Sá, "estas são as boas notícias"!... As más notícias é que no Outono de 2009 estará muito pior. José Sócrates arrisca-se a levar o Partido Socialista a um resultado pior do que o dr. Almeida Santos em 1985 (20,77 %), com o Bloco de Esquerda de Louçã na posição do PRD.

A partir de agora, importa preparar o futuro do País após a desgraça socratina que nos aconteceu.
publicado no blogue portugalprofundo

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Vão tomar no "olho"

Pedro Silva Pereira, afirmou que a conjuntura económica desfavorável poderá adiar a concretização de alguns objectivos do governo. "Esta situação nova, a conjuntura económica desfavorável, pode implicar que alguns objectivos que tínhamos no horizonte precisem de mais tempo para ser alcançados". Ora tomem lá! eu que já tinha escrito qualquer coisa que titulei “Abençoada Crise”. Que o que aí vinha iria ser o alibi para o que não fizeram numa legislatura. Ei-lo! Pois agora há-de aparecer Sócrates com cara de caso, na televisão pública (se não fôr a pública será uma qualquer das outras para que não o acusem de privilegiar aquela em detrimento destas ...) há-de fazer um debate para que debite a ladaínha do costume ... A mim não me enganas tu!
Em 8 de Março quando o governo ainda nos dava (ignorando tudo e todos e o que vinha por aí) escrevi 1731
“Mas qual estudo, qual ponderação, qual quê? O ministro das Finanças disse que «estamos a avaliar a situação para determinar quando poderemos baixar impostos». Mas estão a avaliar o quê? "Vá-se catar!", homem. Os senhores foram umas anedotas, os outros também! mas os senhores é que governam. Os senhores fizeram porcaria quando negociaram em Bruxelas três ou quatro anos para liquidarem o défice. Que em caso de incumprimento custariam ao país 400, ou mais, milhões de euros. Façam as contas às perdas económicas (e não só) que já tivemos de aplacar por causa da vossa cegueira. Em três anos caminharam para uma redução drástica do défice (mas não o liquidaram) à custa da liquidação da economia. E deviam ter negociado seis ou sete. Os senhores são umas anedotas.
Mas qual estudo, qual ponderação qual quê? Cada um dos senhores é um poço de hipocrisia, de cinismo. Os senhores quando chegaram ao governo já sabiam bem (também é para isso que serve a ciência económica) que iam espremer até um ano antes das eleições. E sabiam que, depois, fariam tudo para dar uma sensação de alívio. Para tentarem perpetuar-se no governo por mais uma legislatura. Tiveram, até agora, sorte. Sorte por a oposição ser uma classe de indigentes, de ineptos.”
Publicado por pelitosapostilas

terça-feira, 27 de maio de 2008

Insensibilidade do Governo de José Sócrates

O Ministro da Economia, arrogantemente, disse que o Governo não baixa o imposto sobre os combustíveis.Foi ao ponto de dizer que Portugal tem preços da gasolina e do gasóleo menos elevados que alguns países da União Europeia!Esqueceu-se de dizer que os Estados que apontou têm níveis salariais e de indices de desenvolvimento muito superiores a Portugal. Natural é que paguem mais caro os combustíveis.O Ministro comparou o que não é comparável.O Governo de José Sócrates esqueceu-se que é com a Espanha que temos de fazer a comparação, porque embora com uma riqueza superior à nossa nós competimos com a Espanha, essencialmente.Espanha baixou o gasóleo verde - para a agricultura - enquanto Portugal o aumentou.A gasolina e o gasóleo são mais baixos.Assim, e economia que nos faz sombra terá um custo menor de um dos factores de produção que mais conta . Não poderemos competir com Espanha.O que é grave quando as nossas trocas com Espanha são muitissimo significativas. Quando é certo que as empresas espanholas têm um peso cada vez maior, sufocante , na nossa economia.E isto reflecte-se nas relações preferenciais com o Brasil e com Angola.O que é muito importante.Por outro lado, o aumento dos combustíveis está a ter um peso enorme na economia das famílias.O Governo Português mostra uma insensibilidade enorme.O Governo arrasta-se e leva o Povo para o abismo.Com este Governo a nossa querida Pátria é cada vez mais pobre, cada vez mais dependente das remessas dos emigrantes e das ajudas da União Europeia, cada vez com menos Povo activo.O Governo de José Sócrates está a contribuir , decisivamente, para que os nossos jovens fujam de Portugal e tenham menos hipóteses de os seus bens serem preservados aqui, e fiquem numa situação de emigrantes crónicos.Estes últimos dez a 12 anos têm sido de catástrofe económica.E daí Porugal ser o campeão das desigualdades sociais. da SIDA, dos AVC, dos pobres.PORTUGUESES, nós somos melhores que os políticos que temos e do sistema corrupto em que vivemos.Revoltemo-nos. Há que levantar o rabo da cadeira e encetar formas de protesto e de desobediência civil.Nós somos capazes. Vamos correr com os traidores.

escrito no blogue do advogado José Maria Martins

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Demissão de José Sócrates - JÁ

Este Governo, o de José Sócrates, é , seguramente, o pior governo depois do 25 de Abril.José Sócrates é um bom orador, mas não é socrático, é sofista. Propaganda e mais nada.Quem não se lembra da viagem de férias de José Sócrates quando os portugueses se confrontavam com situações gravisimas? Ele foi para o Kénia!Incêndios enormes que reduziram a nada tanto património dos emigrantes, dos portugueses pobres.Até as televisões dos outros Estados da União Europeia darem a noticia , de homens e mulhesr com baldes na mão a tentarem apagar os fogos!!!José Sócrates é demasiado nervoso e narcisista para perceber que o General tem de estar sempre ao comando.Hoje Portugal é o País mais atrasado da União Europeia.Os políticos portugueses ou fogem ou então mais não provam que a sua incompetência.José Sócrates tem um problema gravissimo que não consegue ultrapassar: A sua incompetência de gestor político e de político profissional que é.Eu e qualquer pessoa teria VERGONHA de ser Primeiro Ministro do Estado mais paupérrimo da União Europeia.José Sócrates passeia-se no estrangeiro, mas tirando um caso ou outro de sucesso na política externa, Portugal e o seu PM não passam de verbos de encher na política internacional.Está na hora de correr com este Governo do Partido Socialista, que empobrece Portugal, que faz com que Portugal seja cada vez mais a mulher da limpeza da União Europeia.José Sócrates é muita parra e pouca uva.Há fome em Portugal. Há miséria em Portugal.Porque Portugal não tem sensibilidade democrática para julgar, por exemplo a história dos diamantes de sangue, que a comunicação social de angola vai lembrando cada vez mais, ao imputar a Mário Soares, ter beneficiado com os diamantes e com o marfim da Unita.Seria importante saber onde foram parar esses dIamantes que a comunicação social angolana diz que Mário Soares se apropriou.Se Mário Soares, e outros membros do PS, se apropriaram dos diamantes onde estão eles e a que título foram vendidos? Para quê? Para o Estado Português ou para particulares?O problema é esta Portugal é um País de esquemas, de pessoas que têm imunidade, ENQUANTO O ZÓ POVINHO MORRE À FOME.Vamos arrumar as botas a este governo , incompetente, fraco perante o Reino Unido - Caso Maddie - e sumamente incapaz de mudar Portugal, de fazer felizes os portugueses, de alterar o estado de coisas, e de se livrar do espartilho que Espanha nos colocou.Governo e Partido Socialista infiltrado de comunas transfugas, ressabiados.REBELEMO-NOS, POR PORTUGAL!
Escrito no blogue do advogado José Maria Martins

quarta-feira, 21 de maio de 2008

José Sócrates condenado a pagar 10 mil euros a José António Cerejo

José Sócrates foi hoje, 20-5-2008, condenado pelo Tribunal da Relação de Lisboa a pagar uma indemnização de 10 mil euros ao jornalista José António Cerejo do Público por danos morais e materiais provocados pela carta enviada ao jornal pelo então ministro do Ambiente, e actual primeiro-ministro, intitulada "José António Cerejo: Delírio, mentiras e falsidades" e aí publicada em Março de 2001.José António Cerejo havia escrito, em 19-2-2001, sobre o subsídio de 200 mil contos concedido pelo Governo socialista de António Guterres à Deco para a compra de uma nova sede, uma notícia que José Sócrates afirmou ser falsa e José António Cerejo rebateu, garantindo ser verdade.Do Portugal Profundo congratulo-me pela coragem do jornalista livre que é José António Cerejo. De vez em quando, há uma bofetada do poder que recebe o castigo pedagógico devido.
Publicado em primeira mão pelo blogue portugalprofundo

sábado, 17 de maio de 2008

Não custa nada fazer filhos nas mulheres dos outros

O PS chumbou hoje seis diplomas do PSD que visavam o apoio às famílias, incluindo um projecto que previa ajuda financeira à permanência dos idosos com a família, que mereceu os votos favoráveis das restantes bancadas.
Apenas o CDS-PP e três deputados da bancada do PS votaram favoravelmente o projecto para apoiar financeiramente as famílias com idosos em casa, entre os quais Teresa Venda e Rosário Carneiro.
Diplomas para que as empresas possam declarar em IRC, 50 por cento das remunerações das trabalhadoras em gozo de licença de maternidade e para alargar o acesso ao abono de família, foram os outros projectos rejeitados pela maioria PS.
Não há folga financeira! mas há folga para Portugal assinar, em Junho, o acordo de cancelamento da dívida de Moçambique, estimada em 390 milhões de dólares...
Entre os nossos idosos, as nossas crianças e os moçambicanos... venham os moçambicanos que são maningue pobres. Sou um demagogo não sou?!
Porque é que Portugal em vez de cancelar a dívida de Moçambique não a negociou transformando-a em prerrogativas, privilégios burocráticos e operacionais (devidamente mensurados) de molde a que portugueses, da pequena e média indústria, comércio, serviço ou agricultura, lá se pudessem instalar com prazos mínimos de permanência, ajudando a resolver dois problemas em simultâneo: um português por dar saída a centenas que estão sem saída em Portugal e, induzindo desenvolvimento em Moçambique.
Isso não soube... não teve engenho nem arte para tanto mas teve-as para criar outra «linha de crédito de 100 milhões de euros» que se destina «ao financiamento da aquisição de bens e serviços de origem portuguesa, no âmbito de projectos integrados no programa de investimentos públicos do Governo de Moçambique, nas áreas de infra-estruturas, energia, transportes e comunicações, bem como nos sectores da saúde, educação, e formação de capital humano» ou seja, se daqui a mais uns anos Moçambique continuar tão ou mais pobre do que é, sempre arranjará um ministro que venha por cá negociar o cancelamento da dívida. A dívida como é contabilizado como dívida pública os nossos netos pagá-la-ão.
Governar?! isto?
Escrito em Pleitosapostilas

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Vai tomar no "olho"!



Sócrates apanhado, mais uma vez, a prevaricar pediu-me desculpa. Sócrates que outra vez exorbitou, faz a rábula do arrependimento e, pede-nos desculpa.
Não lhe aceito o pedido de desculpas. A desculpa é a esponja com que se apaga acto ou omissão pretérita. A desculpa carece da sinceridade, da autenticidade do arrependido, do faltoso tanto quanto carece da crença naquelas de quem tem o poder absolutório. Se nenhum cidadão pode invocar desconhecimento da Lei por maioria de razão jamais Sócrates o poderá fazer. Acresce que a Sócrates lhe faltam uma série de outras perceptíveis virtudes. A humildade será uma delas. Do que Sócrates é capaz e até onde se sujeita a ir (desde que tire vantagem) - os fins justificam os meios - fiquei esclarecido no dia em que anuiu a que os jornalistas, os repórtres fotográficos e os câmaras das televisões o seguissem até à cadeira onde haveria de dar sangue.
Escrito por David Oliveira em Pleitosapostilas

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Tudo ou Nada

O PSD só tem é de assumir a RUPTURA. O debate ideológico, a criação e ocupação de espaço político, o desiderato da diferenciação faz-se pela acção. O PSD só tem de seja lá qual fôr o preço que tiver de pagar – o sucesso ou uma derrota clamorosa – quebrar com todas as inércias e jogos de poder instaladas no sistema político- administrativo. Jogar pelo TUDO ou NADA! Dissiparam-se as “folgas”, as margens de manobra para PACTOS. Portugal só lá vai se, de uma vez por todas, fôr confrontado com propostas tão claras como são (por exemplo) escolher em definitivo: 1 – prosseguir o caminho que levamos ou 2 – a radical mudança em questões como: ensino, política criminal, obras públicas, entidades reguladoras, segurança pública, justiça... porque o PS, emoldure como emoldurar, nunca irá abdicar das práticas dissimuladas mas objectivamente tentaculares de um Estado interventor em tudo quanto possa e consiga. O contrário esfrangalha o PS. Quem está ideologicamente espartilhado não é o PSD, é o PS. Quem mais apresenta pruridos de esquerda é o PS não é o PSD portanto, os negócios do PS terão de ser feitos com o PC e com o BE.(então afinal quem é que está fora de casa?...em casa alheia? perguntem a Ana Benavente, a Ana Gomes, a Alegre, a Carrilho, a João Soares, a Alfredo Barroso, a ...)
É exactamente o contrário das “leituras” que nos são ditadas pelo mainstream!
Escrito por David Oliveira em Pleitosapostilhas

terça-feira, 6 de maio de 2008

Um mestrado à medida deste governo


Carta Aberta ao Presidente da República

A situação em Portugal está tão grave que decidi escrever uma carta aberta ao Senhor Presidente da República.Sem embargo de lha enviar via fax, também."Exmº SenhorProf. Cavaco SilvaPresidente da República PortuguesaExcelênciaJosé Maria de Jesus Martins, cidadão português, advogado, com domicilio profissional na Av. Defensores de Chaves, 15 , 3º A, 1000-109 Lisboa, toma a liberdade de junto de V. Exª manifestar o seguinte:1 - O jornal "Diário Económico" ,edição de hoje dia 29 de Abril de 2008, noticia , na primeira página, o seguinte:" Estónia e Eslováquiva vão ser mais ricos que Portugal". "A economia portuguesa vai crescer menos em 2008 e 2009. Mesmo assim estará melhor que a média da Zona Euro mas perde na União Europeia a vinte e sete. ".Como V. Exª sabe, até porque tem obrigação de saber, Portugal definha. Hoje Portugal na União Europeia vai sendo ultrapassado por todos os Estados Membros.Em Portugal já há fome. As políticas de emprego são ineficazes. os portugueses vivem cada vez mais nas margens dos melhores padrões de vida da UE.O Governo Português está a levar Portugal para a miséria, para a vergonha de sermos piores que todos os outros.Antes, nas décadas de 1960, 1970 e até 1985 os motivos indicados para o declíneo de Portugal eram a ditadura, o fascismo.Hoje, Portugal recebe todos os dias milhões de euros de ajudas da UE e milhões de euros vindos dos emigrantes.Portugal emagrece, os portugueses já não têm um sistema de saúde que os proteja, emprego não há, as malas de cartão voltaram em força.A emigração é a grande válvula de escape para o Governo afirmar que há menos desemprego, quando afinal o que se passa é que os portugueses que perderam o emprego nas fábricas emigram, os portugueses que embora possuam uma licenciatura emigram, porque não têm meios de vida.Onde e como foram aplicadas as ajudas da União Europeia?Senhor Presidente, V. Exª não pode desconhecer que na União Europeia Portugal caminha a passos largos para ser o último. E o último no que diz respeito aos indices de crescimento, à criação de emprego, aos padrões de nível de vida.O Interior está cada vez mais desertificado. O Interior vai ficar sem os mais velhos porque nem estes já têm estruturas de saúde para os apoiar na velhice.A classe política tem delapidado Portugal.V. Exª não pode fechar os olhos a esta realidade.Não temos Forças Armadas condignas. Andamos a enviar meia dúzia de homens para a "cooperação" humanitária, sem meios e poder de fogo, o que nos avilta, nos enfraquece.V. Exª sabe que os portugueses estão desesperados. Famintos, sem norte.Meia dúzia vive à tripa forra, manobram as riquezas nacionais. O resto vive à rasca passando mal e sentindo que Portugal vai a caminho do fim, sem influência no estrangeiro, sem rumo e sem norte.A Lei de Gresham é também para ser aplicada aos membros do Partido Socialista e não só a Santana Lopes.Portugal não precisa de um monarca , porque é uma República. V. Exª tem de tomar posição.A resposta do Governo Português à noticia que a Estónia e a Eslováquia vão ser mais ricos que Portugal, nada mais é que a materialização da anedota que se conta da atitude e comportamento português cada vez que um individuo cai de um prédio:"Parte o braço direito, a perna esquerda e a perna direita, fractura o crâneo e a bacia, e se diz":Coitado, ainda teve sorte que não partiu o braço esquerdo!".Quo Vadis Portugal?Qual o Político Português que tem cara para junto dos órgãos da União Europeia justificar esta miséria?V. Exª deve ponderar qual a intervenção que deve ter. E intervenção junto do Governo.O PR não pode calar. Ou então não tem razão de ser.Não tarda que Cabo Verde , o Zimbabwe, o Burundi , o Mali, O Senegal, o Equador, O Perú, inter alia, tenham melhores níveis de vida que Portugal.V. Exª deve ponderar bem qual o papel do Presidente da República nesta conjuntura. Algo tem der ser feito.Esta miséria não tem justificação. Só a corrupção, o tráfico de influências , o corporativismo, a incompetência dos políticos pode justificar esta situação inqualificável, inadmissível.Portugal está muito doente.Os portugueses não compreendem o seu silêncio sobre esta realidade. Um Presidente da República há-de servir para algo. E os portugueses não sentem que sirva para os ajudar.Cabe lembrar que em 1979 em artigo publicado , da minha autoria, no jornal "Notícias de Évora" defendi que a Estónia , a Letónia e a Lituânia, deveriam sair do jugo soviético.Estes países hoje são mais desenvolvidods que Portugal!!!Portugal caminha para graves convulsões sociais. Vamos sem rumo, sem vergonha, dando um péssimo exemplo ao Mundo.Nem com "toneladas" de euros que a União Europeia nos envia Portugal cresce. Inqualificável!Creia, Senhor Presidente da República, que tenho para mim que o PR deveria ter tido outra posição quanto à questão da Universidade Independente e a tudo o que a envolve, e não a posição que teve.Digo-o, ao abrigo direito de livre opinião e expressão que a Convenção Europeia dos Direitos do Homem me consagra.Espero de V. Exª uma atitude, como esperam os portugueses, os jovens da geração dos "500 euros" e os outros que já sentem vergonha deste estado de coisas.Com os meus respeitosos cumprimentos.
O cidadão Português
José Maria de Jesus Martins"

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A trafulhice do PS - O que vale para a Guarda não vale para Barcelos?

I...I No PS da Guarda veio agora saber-se que entre 400 novos militantes, várias dezenas moram na Associação de Dadores de Sangue da Guarda e os que não moram lá, moram na sede do PS de Celorico da Beira, que deve ser local muito aconchegado. A não ser que se trate de um takover do PS da Guarda por um grupo de vampiros que até agora dormia sossegado numa caverna na serra da Estrela, é muito socialista dador de sangue, com tanto empenho que vive de tubo posto e até manda a correspondência para a cama da Associação. Estas maravilhas de inscrição de militantes envolvem outro militante que têm também o perfil habitual: militante do distrito - funcionário da sede do PS – assessor do Grupo Parlamentar – assessor de Sócrates, que, questionado, responde não comentar porque são “questões internas” do PS. Tudo perfeito. Onde é que eu já vi isto?

texto publicado no Abrupto, de José Pacheco Pereira

Olha, Pacheco, aqui em Barcelos, por muito menos, o PS não aceitou uma catrazoada de militantes, e ao menos estes tinham morada individual. Aqui o PS acha que os militantes só devem ser inscritos se houver a garantia de que votarão na pessoa certa, na hora certa. A isto, ensinaram-nos, chama-se arrebanhar! E quando as ovelhas tresmalham, zangam-se as comadres e sabem-se as verdades. E também se sabem as mentiras.
Por cá há três candidatos à concelhia. E nenhum deles para ganhar as eleições autárquicas, mas para "ganhar espaço", como agora gostam de dizer, para a era pós Reis. Resta uma virtude no meio destas traições, ciúmeiras, rasteiras e mentiras. Esta foi uma maneira de as gente os conhecer melhor. E por aqui que li, o Barra ganhou pontos na minha consideração: já disse que se perder a concelhia abandona de imediato o cargo de vereador. Era isso que todos os que estão na luta deviam dizer! Mas parece que os interesses pessoais; afinal se sobrepõem aos interesses político-partidários. Ou isto será mesmo uma "feira de vaidades", como reitera permanentemente um amigo meu? Talvez ele esteja certo!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Não são para levar a sério!

Todos os dias ouvimos àpartes, saídas, explicações, justificações, opiniões que de tão ridículas, falsas , cínicas exigem mais contenção a quem as ouve que a quem as diz. Aos que as proferem enfim... nada a fazer. Aos que as ouvem contenção para não disparatar.
1 – o ministro Mariano Gago pôs em causa, duvidou ou tentou explicar que não há licenciados desempregados por aí além. Que é um epifenómeno explicável por desajustes entre as licenciaturas e a actividade profissional. Não pode ser levado a sério. Não pode!
2 – os advogados, pela palavra de um seu ex-bastonário, Rogério Alves, esgrime argumentos contra a pretensão do ministério das finanças em exigir Livro de reclamações e Preçário nos escritórios/consultórios dos advogados, dizendo que não pode ser porque coloca em causa a exigência do sigilo, do segredo profissional. Não pode ser levado a sério. Não pode!
3 – o Presidente da República proclama a sua preocupação com a acentuada falta de respeito da sociedade com os idosos sugerindo mesmo à sociedade civil – ao sector produtivo privado – que, incentive a ocupação laboral, a quem o pretenda, para lá da idade de reforma. Não é para ser levado a sério. Não pode!
4 - Sócrates, o governo, o ministro das finanças, mantêm as previsões de crescimento em 2,0%- 2,2%. Não são para serem levados a sério. Não pode!
5 - ontem à noite vi Sócrates dizer "olhos nos olhos"- a autenticidade e a sinceridade sentem-se! - a uma plateia de "empresários pedintes" que «ao olhar para estas caras, para estes olhos, fico sem dúvidas que os próximos anos vão ser melhores...». Não pode ser levado a sério. Não pode!
6 - Pedro Passos Coelho divaga, fala e assume-se putativo futuro presidente do PSD. Não pode ser levado a sério. Não pode!(conheci-o há vinte e tantos anos. A ele e a um seigneur, Dr. Passos Coelho, seu pai...) Dizem que Sócrates é arrogante?! (se alguma vez isto vier a acontecer no que, presentemente, não acredito) eu depois pergunto quem é que é arrogante.

escrito por David Oliveira, no blog pleitosapostilas

quinta-feira, 27 de março de 2008

Sócrates abriu a caça ao voto. Resta saber se o povo é pato

O Governo e José Sócrates entraram numa fase pré-eleitoral. O anúncio da baixa da taxa de IVA em um ponto percentual e a reacção que provocou são disso prova. Depois de uma época difícil de contestações seguidas e até de crises como a da violência na Escola Carolina Michaëlis que acabaram por afectar também o Governo, esta é a primeira boa notícia. E, no entanto, as reacções foram negativas. Ou, pelo menos, cautelosas. Os partidos de oposição acusaram o Governo de eleitoralismo, sobretudo depois de Sócrates ter admitido que para o ano poderia haver novas baixas - com excepção do PCP, que comentou apenas que a medida só pecava por tardia. A CIP disse preferir a redução do IRC, a CGTP disse esperar que haja, de facto, reflexos nos preços. O povo, ouvido nas várias televisões quase em directo, manifestou uma desconfiança e pessimismo que só pode ser sintoma da crise em que se sente mergulhado.
(...) Os efeitos políticos, esses, só poderão ser avaliados nas próximas sondagens. E nas próximas eleições.
In Diário de Notícias

terça-feira, 18 de março de 2008

O "comiciozinho" do Partido Socialista no Porto

Estou agora a ver o noticiário das 13H00 na RTP1.E vejo vários portugueses que estão a trabalhar em Espanha. Aos montes .Os portugueses, desde serventes de pedreiro a enfermeiros e médicos, debandam para Espanha... para trabalhar!E lembrei-me do comício do Partido Socialista ontem no Porto, para comemorar 3 anos de Governo de José Sócrates.De que País fala José Sócrates quando bate com a mão no peito? De que Portugal fala José Sócrates quando se auto-elogia?Só a grande propaganda , a sofistica pura , valem a José Sócrates.Portugal está de rastos. A crise é avassaladora.A emigração galopante é apenas uma parte da dura realidade que os portugueses sofrem.Portugal está estagnado. I...I
O Comicio do Partido Socialista foi um fiasco. O Governo e o PS tiveram receio de elevar a fasquia e apostar num mega-comicio.O resultado foi catastrófico: 6 ou 7 mil pessoas é rídiculo.Penso que o CDS ou o Bloco de Esquerda fariam comícios com mais pessoas.Durante estes três anos de goveno de José Sócrates terão emigrado mais de 300 mil portugueses.O que mostra bem que Portugal está pior. As coisas não funcionam e Portugal vai-se afundando, perdendo gente, perdendo capacidade para crescer.José Sócrates só tem motivos para estar triste.Os portugueses em vez de irem a Fátima vão passar a ir à bruxa para ver se descobrem a razão de ser desta incompetência e deste "fado".

Do blog do advogado José Maria Martins

Sócrates, o ditador

O maior problema do governo de José Sócrates é a crueldade mal usada. Na análise de Maquiavel, isso é um erro gravíssimo de governo que custa inevitavelmente ao príncipe a sua ruína. A crueldade deve acontecer no início do principado, pode até ser muito grande para que os súbditos não deixem doravante de temer o príncipe, mas tem de ser limitada a esse período inicial e substituída depois pela magnanimidade e liberalidade, a imagem desejada do líder. De outro modo, se persistir, a crueldade será a marca permanente do príncipe.Sócrates tomou conta do Estado em Março de 2005. Pôs em marcha aquilo a que chamou "reformas" em diversos sectores do Estado - nomeadamente, segurança social, saúde, educação, além da continuação da reforma financeira e fiscal do Estado e da segurança social que vinham dos consulados anteriores. E ainda não conseguiu fazer a prometida reforma da administração pública que se ficou por tímidos diplomas (honni soit que mal y pense!...) avulso. Contudo, estas "reformas" socratinas podem ser melhor resumidas numa política de fecho e abandono do interior e de concentração do desenvolvimento na faixa litoral de Viana a Setúbal e nas grandes cidades: fecho de escolas, fecho de hospitais e centros de saúde, fecho de repartições no interior e no mundo rural.Essas "reformas" acarretaram crueldade sobre funcionários públicos, médicos, enfermeiros e doentes, militares, professores e outras classes, cortando benefícios e direitos. Porém, à medida que o tempo foi passando, Sócrates não abrandou esse ímpeto de crueldade, pelo contrário, intensificou-o, de modo que o povo se habituou a esse estilo.No Marketing, dizemos que o reposicionamento de um produto é uma tarefa muito difícil, pois os clientes têm de limpar da sua mente a memória da imagem anterior e substituí-la por uma nova. É muito mais fácil, por isso, a uma empresa lançar um novo produto do que dar a uma nova imagem a um que já exista. Sócrates não conseguirá em tão pouco tempo despegar-se da imagem cruel que promoveu.Quando faltam apenas dezoito meses para as eleições legislativas de 2009, é infrutífera a tentativa de mudança da imagem do ditador cruel para o governante de jugo suave. A situação de iminência de uma crise económica gravíssima, de onde nem sequer saímos desde há sete anos, os cofres vazios e a supervisão da União Europeia nas despesas, não consentem ao primeiro-ministro a magnanimidade da distribuição de dinheiro e bem-estar pelas famílias. A imagem que tem não muda, por mais que procure compor o estilo com falsa humildade e a ajuda dos media de confiança. Para o povo, Sócrates é e será: o ditador, o vingativo, o cruel.

Do blog: portugalprofundo

sábado, 1 de março de 2008

Critério jacobino ou simplesmente “esperteza” saloia

Um agrupamento escolar em Leiria usa como critério na avaliação dos seus professores o facto de verbalizarem ou não a insatisfação face a mudanças no sistema educativo.
“Verbaliza a sua insatisfação/ satisfação face a mudanças ocorridas no Sistema Educativo/ na Escola através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares” é um dos indicadores incluídos no critério da “dimensão ética” para a avaliação dos professores no agrupamento escolar Correia Mateus, em Leiria.
Claro está que Sócrates não sabia! a ministra da Educação também não e não é responsável. Também fica claro que os “iluminados” que introduziram este critério “ético” de avaliação são socialistas e, não é menos verdade, que fazem parte de um grupo especializado -“task force”- a que pertence a directora da DREN (a que levantou o processo ao professor que “não chamou” nomes feios ao “chefe”) e...
tudo isto faz lembrar a táctica, breve, do comerciante que mandava o empregado debitar horas a mais de trabalho ao cliente. Se o cliente não desse por isso tanto melhor. Se desse e reclamasse, levava o cliente perante o empregado, dava (ao empregado) um grande raspanete e refazia as contas. Durou enquanto durou... pouco aliás! e o empregado acabou na rua. O “comércio” fechou. Era um estabelecimento muito caro!
Do blog "Pleitosapostilas"

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O fala barato: notícias da catatua

O ganda Zé - homem barcelense multifacetado e de grandes qualidades humorísticas e intlectuais, farto de ver o jornal que o sustenta e lhe alimenta o ego (do tamanho da sua vestuta cabeça), não trazer notícia de jeito, real ou encomendada, sobre o seu compadre Barra, resolveu esta quinta-feira, com a ajuda do promotor imobiliário desterrado para Esposende porque em Barcelos ninguém lhe comprava casa - pudera, depois do que o rapaz disse dos promotores imobiliários, então (queria dizer eu antes de me perder nestas cogitações) o ganda Zé - revolucionário de estaleca - (isto está a ficar com muitos interfrásicos) entendeu dar o seu tempo por bem empregue a criar notícia de duas páginas que de notícia só tem o facto de vir empactoda em jornal. duas páginas a falar sobre obras que não estão a realizar-se ou se realizaram há dez anos, ou que se podiam ter realizado se o o Zé fosse o mestre. Mas como para ser mestre antes se tem se saber pegar na talocha, o Zé, quando muito só poderá ir "servir massa" para Espanha como chega-rebos.
Dito isto sem qualquer arrogância, porque essa na boca do Zé é predicado apenas dos outros, sempre quero dizer ao outro compadre do Zé, o da ACIB, que pode não ser racismo não ter convidado o restaurante Lusitana para a jornada fadística. mas que o Eduardo tem direito a refilar lá isso tem: ou a ACIB pensa que só ela pode botar faladura sobre tudo e sobre todos, sem que o cuspe lhe caia em cima?
E por hoje até era capaz de ser tudo; e vai sê-lo!
Boa noite e boas quecas!

Ter de beber o próprio veneno...

É o que está a acontecer - face à nega do Tribunal de Contas ao não autorizar a concretização do empréstimo dos 360 milhões - a António Costa. Quem ouve e lê o noticiário - a máquina de propaganda socialista agradece - fica convencido que o TC é o “mauzinho” da fita. Quem se preocupar em consultar o respectivo Acordão vê que a realidade é muito diferente. Quem ler o Acórdão 26/2008 da 1ª S/SS , imediatamente, percebe que não há política. Nem seria admissível um tribunal fazê-la. «O Plano de Saneamento Financeiro apresentado peca por defeito, sendo mais aproximado de um plano de intenções do que verdadeiramente, de um documento financeiro perspectivado para mostrar com segurança e confiança, os objectivos propostos, a sua tradução quantitativa em termos de poupanças/libertação de fundos e a provar, sem margem a dúvidas, a sua sustentabilidade a longo prazo», lê-se.
É uma chatice. É a política e o peso que os imponderáveis têm. Quando António Costa defendeu com unhas e dentes a Lei que queria parir não supôs vir a ser o próximo Presidente de Câmara da capital. A maioria dos municípios do país não são “rosa”. E não pode esquecer que a Lei tem soluções... declarar a situação de desiquilíbrio financeiro estrutural ou de ruptura financeira, fazê-la aprovar em Assembleia Municipal e apresentá-la ao ministro das Finanças e ao ministro da Administração Interna. É o que diz a Lei. Porque não o faz? Para grandes males, grandes remédios.

Escrito por David Oliveira

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Este PS é uma trupe, uma quadrilha de ressabiados, frustrados, do piorio ...

...os socialistas portugueses, o PS, são uma trupe, uma quadrilha de ressabiados, frustrados, do pior que encontro no espectro partidário português. Jacobinos, maniqueístas. Fora do poder, moldam refinam, burilam os tiques, os trejeitos, as poses, a linguagem, não olham nos olhos, são contemporizadores, aquiescentes... condescendem, parecem contemplativos, reivindicam paz de espírito e apelam ao bom senso, sei lá...... quando no poder, quáis mutantes, solta-se-lhes o verbo, a ira, espumam impropérios, não aceitam a diferença, a opinião. Quando no poder em cada um existe um Marat, um Robespierre, depressa tiram a gravata e despem o fato, fazem-se sans-cullote, caso necessário misturam-se com a racaille... dêem-lhes rédea e, ágeis, instalam uma Comuna (de Paris). Guilhotinam e escondem a guilhotina, chicoteiam e escondem o chicote, deleitam-se com croissants e mandam distribuir farelo ao povo.
As óbvias vantagens de um comunista é que se sabe sempre donde vem, o que propõe, como preconiza. Sabe-se de onde vem, para onde e como pretende lá chegar. São, por natureza, mentes e corpos de muito maior carácter. Não simulam. Não se escondem, assumem.
Bem! a razão porque passam por momentos de menor contenção resulta de que sentem estar o chão a fugir-lhes. A fugir-lhes pelas piores razões. A pior razão é que não alcançaram que não basta a Frei Tomás... como tantas vezes tenho afirmado existem uma série de “meios” que ainda há bem pouco seriam controláveis e hoje, democratizaram-se! e, não há quem os controle mais (a não ser na China ou no Myanmar ou Angola, no Zimbabwe ou no Chade, na Líbia ou na Síria) . A informação é uma delas e não é a de menor importância. A fruição da opinião alheia também. A capacidade de intervenção outra. O confronto de ideias ainda outro, etc... com um enorme ascendente sobre os meios de difusão tradicionais. Esses sujeitam-se ao escrutínio, à opção dos que os compram (ou não). Estes são voluntários. Sem amarras. Sem interesses que não sejam os do próprio.
Os detentores do poder podem reclamar, em seu proveito, o direito ao bom nome. Podem reivindicar o que entenderem. Há contudo um que nunca estará nas mãos de ninguém – o direito à insuspeita. O direito à não suspeição exige em primeiro lugar que o escrutinado esteja acima da suspeita e, não há quem. No caso de Sócrates passa-se exactamente o inverso disto: tudo induz no sentido da suspeita! da dúvida. Acresce o direito que cada um de nós tem da arbitrariedade no juízo, na opinião, na avaliação, na qualificação.
A Sócrates assiste-lhe o direito de querer almoçar comigo, de sentar-se à minha mesa. A mim assiste-me o direito de lhe negar esse direito. Com uma pequena diferença, apreciável, ponderosa: sou eu que pago o almoço (sou eu que o elejo. Eu! nós todos) e, como tal, sou o último a falar aliás, há “coisas” em que sou o único que fala. Para o abençoar ou para o mandar para o “quinto dos infernos”! Por mim, explicitamente, nem em rodapé de uma qualquer página de um livro de História constaria.

Escrito por David Oliveira

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

FALHANÇO ABSOLUTO

O governo falhou. Propositadamente conjugo “falhou”, não “ está a falhar” ou “vem falhando”. Falhou! Na forma imperativa. Categórica. Sem retorno. Este governo já não tem tempo nem condições para inverter o que seja. Mais uma legislatura, como soe dizer-se, à vida. O prestidigitador- mor porque o é, engana, ilude... Mente! O ministro dito da economia secunda-o. Com menos jeito mas secunda-o.
Nos últimos dois anos a indústria portuguesa não se modernizou. É um número dizer-se que “a indústria” de um país se moderniza em 2 anos ou... em quatro. O ano passado, apenas 11% das exportações portuguesas de produtos industriais foram de alta tecnologia. As vendas de produtos básicos continuam a representar o grosso da carteira do comércio externo. Estes dados indicam que a indústria portuguesa está a passar da baixa tecnologia para a média- baixa "qualidade", mas nos últimos dois anos interrompeu o ímpeto para a modernização. O ano passado, Portugal vendeu sofisticação no valor de 3,33 mil milhões de euros e pela mesma categoria de produtos pagou ao estrangeiro cerca de 6,7 mil milhões de euros, cerca de 4,1% da riqueza gerada em 2007. Entre 2001 e 2006 as exportações de alta qualidade industrial aumentaram, em média, 4,7%. O grave é que no mesmo período (2001-2006), o peso dos produtos com baixo teor tecnológico baixou de 44,6% para 35,3% do total das exportações, uma redução anual de quase dois pontos percentuais. Encher a boca disto é o mesmo que encher pneus!
Nada de novo, portanto. É assim porque, em primeiro lugar, a luta contra a inércia, a guerra contra o status quo é tremenda, enorme, gigantesca... em segundo lugar, porque é necessário que haja vontade para a declarar e... fazê- la. Se a necessidade do primeira urge, é vital para a segunda, não encontraram os portugueses nos últimos vinte anos força, para tanto. Hão- de continuar a chafurdar no lameiro em que se atolaram por outros tantos. É que a nossa realidade continua a enfermar de todas ou das mesmas “maleitas” de sempre. Quem o revela, sem papas... é o que Henrique Neto nos conta «A empresa de baterias do Pedro Sena da Silva. A empresa pretendia fornecer as baterias para os submarinos e tem tecnologia e saber para isso. Mas as baterias acabaram por ser encomendadas pelo consórcio vencedor a uma empresa na Grécia. O governo português não mugiu nem tugiu. Acabou por a empresa grega vir a oferecer ao engenheiro Pedro Sena da Silva a montagem das baterias com uma mais valia relativamente elevada. A minha interpretação é que era uma forma de o comprar. Recusou. Há empresários sérios em Portugal... um segundo caso, este vivido pela nossa empresa. A empresa que vendeu os helicópteros, ou uma subsidiária ou uma empresa do grupo que os vendeu, comprava numa empresa do Norte um conjunto de produtos na casa do milhão e meio de euros por ano. Normalmente eram produtos de plástico. Um negócio bastante lucrativo. Acontece que a empresa fechou. Nós sabíamos que a empresa ia fechar e junto da comissão e junto da empresa demos nota de que nós estávamos interessados e que garantíamos os mesmos preços a que eles estavam a comprar. Pois a empresa que vendeu os helicópteros agarrou no negócio e levou-o para Itália. Eu escrevi e expliquei isto ao senhor ministro da Economia há seis meses e nem sequer respondeu. A única coisa que se pode fazer é contar isto a um jornalista para contar a história e os portugueses tirarem daí as necessárias conclusões.»(in CM)
É preciso mais?! não é! como também não é necessário para se saber que tudo continua na mesma contar outros. Que os há! por tudo quanto é sítio.
Sócrates que se tem revelado como um mentiroso compulsivo (reafirmo o que tantas vezes tenho dito – um político não tem de mentir!) disse, altaneiro, num dos debates mensais, Novembro, na AR que já havia sinais de que o investimento estrangeiro estava a recuperar. Eis os sinais:
Os lucros reinvestidos por estrangeiros somam 420 milhões de euros . O investimento directo estrangeiro em Portugal caiu, entre Novembro de 2006 e Outubro do ano passado, 4,6% em relação a igual período imediatamente anterior, de acordo com o BP. Mais de metade do dinheiro que entra em Portugal é para empréstimos ou suprimentos de curto prazo a filiais... uma fatia, ínfima, deste montante - pouco mais de 57 milhões de euros (0,16%) - foi aplicado na constituição de novas empresas. Entre Novembro de 2006 e Outubro de 2007 -, os estrangeiros retiraram do país mais de 24,5 mil milhões de euros, uma média mensal de dois mil milhões de euros. Entre entradas e saídas o saldo, positivo, chegou aos 4 mil milhões de euros, uma quebra de 18,4% em relação a igual período anterior.
Sobre as condições que não temos para aplacar previsíveis ondas de choque que aí vêm resultantes do arrefecimento da economia americana et pour cause da europeia (sem exclusivo da zona euro) é bom conselho ler-se, entre outros, a professora Teodora Cardoso «Portugal não cumpre nenhuma das condições que o tornariam elegível para a adopção de medidas orçamentais expansionistas: tem défices orçamental e externo significativos e um rácio de dívida pública alto e sujeito a uma forte pressão de médio/longo prazo em função dos encargos com transferências (pensões e saúde). Mais importante ainda, o país tem absoluta necessidade de prosseguir as reformas em curso para que a economia possa reentrar numa trajectória de crescimento e de criação de emprego... É geralmente aceite que os países com margem de manobra para o fazer – e esta mede-se sobretudo pelo equilíbrio ou excedente das contas externas – devem procurar compensar o abrandamento nos Estados Unidos estimulando a procura interna»
Entretanto, na vida prática, por onde se semeiam, tratam e colhem as melancias que hão- de comer, os pressupostos, as disposições legais são ignoradas, pacificamente. Um verdadeiro regabofe. Já me redimi quanto ao engano que cometi ao avaliar o presidente do Tribunal de Contas... se para outra coisa não serve, ao menos serve para que imprimamos estas fotografias - vale a pena ler (e registar) a Auditoria ao cumprimento do regime do art. 275.º, DL n.º 59/99, de 2 de Março e se mais paciência não houver – ou por efectiva falta de paciência e tempo ou por nojo, também acontece – reter apenas, às pags.7, as Conclusões e, aí, o 2.1- Quanto ao cumprimento da obrigação legal do art.º 275.º do DL n.º 59/99, de 2 de Março onde, por exemplo, está escrito que «em resultado das verificações efectuadas pelo Tribunal, pode concluir-se que não tem sido devidamente acautelado o cumprimento daquela disposição legal, por uma boa parte das entidades observadas para o efeito. Na verdade, num conjunto de 25 empresas públicas, apenas duas cumpriram integralmente, nos dois anos analisados, o estipulado na lei, o mesmo se podendo dizer do restrito grupo de 6 entidades da Administração Central Directa do Estado, onde apenas uma entidade observou adequadamente aquela obrigação legal.»
Dizem os brasileiros...Salafrários! e escrevo eu que, o termo, consta do Dicionário da Língua Portuguesa – 7ª Edição
Salafrário – patife; safardana; biltre; homem reles...
Escrito por David Oliveira

BIBA A SOCRATIC(A)LDRABICE


O Primeiro-Ministro mais aldrabão e mentiroso da história de Portugal


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Ataque total – Pior que uma ditadura é viver em falsa liberdade

A movimentação da peonagem continua. Que o PS bem vai precisar da sua condescendência em 2008 e, mais ainda, em 2009.António José Teixeira para a SicN onde fará parelha com Ricardo Costa. José Fragoso da TSF para a RTP. A TSF não deixa de continuar bem entregue. Fernando Alves (que conheço dos bancos do liceu, do Rádio Clube de Benguela, do semanário O SUL e da Emissora Oficial de Angola) e Manuel Acácio (de que conheço o comportamento, no que a isenção jornalística respeita, nos fóruns das manhãs da TSF) por lá continuam. Paulo Baldaia do JN para a direcção da TSF. Jornalista sim. Assessor de Mário Soares e António José Seguro também já foi.
Já não pega "essa" de que se trata de insinuação torpe sobre a isenção do jornalista, do profissional apesar de... "essa" de não haver o direito de questionar o direito do jornalista ter direito à opinião... "essa" de que um jornalista é sempre jornalista. Há todos os direitos. Os deles e os meus. Como o meu direito de, fundamentadamente, não acreditar na isenção deles.
Escrito por David Oliveira

E já agora digo eu
E ainda há muito mais: só um exemplo. O comentador da TVI para assuntos económicos, António Peres Metelo, assessor de Mário Soares na campanha eleitoral das presidenciais (funciona como o OMO – lava mais branco cada vez que o Governo nos mete a mão ao bolso.
Reparem só na TSF. Quando havia greves nos tempos do Durão, fazia balanços ás sete e meia da manhã e na Voz dos repórteres já estava tudo parado.
Gora que houve as maiores manifestações e greves de sempre vão aos serviços onde há alguém a trabalhar e está sempre tudo bem. Que descaramento.
Mas a táctica funciona. Vejam só a “carrada” de gente que foi por atacado da TSF para a antena 1, desde o Bloquista António Macedo até à Poveira Eduarda Maio. É um ver se te avias, e o parolo que pague no recibo da luz. Mas enfim; cada povo tem aquilo que merece; ou então como diz um GNR que eu conheço; isto era começar a “varrer de uma ponta à outra”. Pode ser que um dia alguém perca a cabeça. Já faltou mais!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Não há propaganda que vença a verdade

Num caso e noutro, o referendo e o aeroporto, os governantes mentiram, desdisseram-se, negaram o que tinha afirmado, mudaram de opinião e de certezas, voltaram atrás, disseram que não tinham dito, não era bem assim, só queriam dizer que era isto e não aquilo... Neste exercício de garantir o que não é evidente para ninguém e de negar o que disse e prometeu, Sócrates foi absolutamente excelente. Revelou a convicção de um vendedor de persianas. Portou-se com a inocência de um escuteiro. Sócrates está convencido de que pode vender o que quiser a quem quer que seja. Basta ele falar, controlar a informação, negar a evidência, garantir as suas certezas e elogiar o produto!Como os governantes não mudam de estilo nem de sistema, a não ser que a isso sejam forçados, já não vale a pena esperar pelos efeitos correctores desta semana nos seus comportamentos. Mas a população assistiu. Viu. Pôde tirar conclusões. Se, como os animais, os homens aprendessem com a experiência, esta semana teria sido gloriosa. Ficaria na história como um dos momentos altos de aprendizagem da arte de ser governado. Perder-se-ia rapidamente a confiança em Sócrates. Este Governo teria o desfavor público. A competência técnica, a seriedade e as promessas do Governo passariam a ser motivo de gargalhada e desprezo. Infelizmente, parece que os homens em geral e os portugueses em particular não são como os animais. Não aprendem. (Barreto)Entretanto, o país cai, o pessimismo dos portugueses cresce e a economia está praticamente em coma. O ano de 2008 vai ser mau e, provavelmente, péssimo. O cidadão comum sabe que depende do preço do petróleo e do que suceder na América e em Espanha. A insegurança é grande. O que, em princípio, prejudicaria Sócrates. Mas não. Sócrates vive da insegurança. Cada vez que lhe chamam autoritário, cada vez que (justamente) o acusam de pôr em perigo a democracia e a liberdade, os portugueses, como de costume, agradecem a existência providencial de um polícia. Um polícia que manda e que proíbe; e que fala pouco. Não querem a barafunda por cima da miséria; e preferem a miséria à barafunda. Num mundo instável e confuso, Sócrates sossega. O resto é acessório. (Vasco Pulido Valente)(Versão do Público de 12 de Janeiro de 2008.)

Lei do tabaco – uma leia amaricada

Desculpem lá, mas as coisas devem ser chamadas pelos nomes. Desde o princípio do ano que não se fala de outra coisa a não ser da lei antitabágica. E escrevo com a tranquilidade dos estúpidos : sou fumador. Inveterado, diria mesmo, empedernido. Várias vezes impelido a acabar com o vício para sempre, várias vezes reincidente. Meia dúzia de dias passados sobre o radicalismo legal, estou satisfeito. Diminui as doses. Portanto, concordo com a lei. Vulgarmente discordo, mas desta vez julgo que é uma boa medida. Tem apenas um pequeno problema. É excessivamente portuguesa. Quando nos dá para reformar ou é o oito ou o oitenta. E agora fomos até ao oitenta. Até os técnicos perderam a vergonha e dizem as maiores barbaridades em nome de um conhecimento científico falso. Morremos todos por causa do tabaco! Os fumadores morrem e morrem os não fumadores. Não é preciso ciência para se saber esta verdade incontornável. Morremos todos. Em dia e hora que desconhecemos, acrescenta o Génesis.Mas a campanha pela nova lei ganhou este laivo de mariquice beata. O pior dos flagelos, o maior dos males, o mais temido dos inimigos. Eis o cigarro!, a mais temível arma da al-Qaeda. As gorduras, os açúcares que antigamente – isto é, há um ou dois anos – estavam na causa de quase todas as mortes, dos enfartes, dos AVC, dos diabetes e outras doenças correlativas, não são nada, mesmo nada!, comparados com esse horror, filho do Demónio, que é o cigarro.A ciência e a baboseira ao serviço da insensatez. Por isso, não espanta que seja proibido fumar em discotecas. As mesmas onde se comercializa cocaína, drogas sintéticas, álcool aos quilolitros. Já Salazar dizia que beber vinho era dar pão a um milhão de portugueses. Ontem fui apanhado numa garagem com forte movimento de carros. O ambiente pestilento dos escapes dos automóveis. Mas era proibido fumar! Comi um frango, que deve ter ganho corpo à custa de hormonas em menos de um mês, e devo ter jantado num fast-food onde, legalmente, me serviram 50% de gordura e mais 50% de açúcar. Mas era proibido fumar!Não importa. Temos a lei que nos protege de não morrer. A imortalidade está aí, ao alcance da mão. Quem não fumar está salvo. Só os pecadores vão desta para melhor. E seguramente para o inferno.Regressámos ao tempo em que fumar uma ganza dava direito a um ano de prisão. Ao fundamentalismo. À falta de bom senso. E esta bizarria, que o coro dos falsos moralistas aplaude, retira credibilidade a uma lei que podia ser equilibrada. No meio deste cinismo puritano, vem-me à cabeça a ironia inteligente de Sophia de Mello Breyner que reconhecia que as pessoas sensíveis adoram canja de galinha, mas são incapazes de ver matar uma galinha. Já agora, que entrámos nesta alarvidade persecutória, por que não determinar o mais fácil? Exterminar as tabaqueiras. Um Governo tão corajoso para perseguir fumadores não será capaz de meter essa lança em África?! Extermine-se as tabaqueiras. Temos a imortalidade assegurada!

Francisco Moita Flores, Professor universitário

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sócrates: Que grande lata...

Estamos em plena, dura, completa desfaçatez do Primeiro-ministro, tratando-nos como tontos que acreditam em tudo que ele manda dizer-nos. É verdade que alguns jornalistas acreditam, mas bastava ser sensato, parar para pensar, para não se embarcar na operação de desinformação em curso nos últimos dias.Por exemplo: andam a contar-nos a lenda urbana que o Primeiro-ministro só decidiu sobre o referendo entre anteontem e ontem, o que é do domínio das histórias da carochinha. Reparem no vaivém que o Público descreve (sublinhados meus):2ª feira:
A possibilidade de haver referendo em Portugal, tida na segunda-feira como a mais forte inclinação do primeiro-ministro, gerou uma onda de preocupação e de estranheza nas principais capitais europeias, levando algumas delas a reagir. 3ª feira de manhã:
Ao fim da manhã de ontem, já depois dos alertas de Cavaco Silva (...), vários colaboradores de José Sócrates garantiam de novo ao PÚBLICO que a decisão sobre a realização ou não de referendo ainda não estava tomada. Tal como ao longo de toda a segunda-feira, diziam, ambos os cenários (rectificação ou referendo) estariam ainda em aberto. 3ª feira às 16.00
Por volta das 16h00, começaram a chegar ao PÚBLICO informações seguras de que Sócrates já tinha tomado a decisão: o Tratado de Lisboa teria ratificação parlamentar.Teatro puro. Alguém acredita que até ontem o Primeiro-ministro ainda não tinha tomado a decisão? Seria não só um absurdo como completamente implausível como decision making. Aliás, se fosse assim como é descrito, a leviandade seria absoluta, tudo feito em cima dos joelhos. Mas não foi, porque esta é uma matéria sobre a qual o Primeiro-ministro tem certamente, de há muito, tomada uma decisão. O que o jornal relata é teatro, desinformação, uma lenda urbana criada a partir do gabinete do Primeiro-ministro para nos passar a mensagem de que o pobre Sócrates queria muito cumprir a sua promessa eleitoral, só que o Presidente e os seus colegas europeus não o deixaram, agarraram-no à última hora, in extremis e ele, pelos mais nobres motivos, lá teve que violentar a sua vontade.A manobra era tão evidente que ontem aqui eu comparava o Primeiro-ministro àqueles que gritam "agarrem-me senão eu mato" e, quando são agarrados, se verifica que não fazem força nenhuma. Quando o escrevi, a notícia dominante era a de que afinal ia haver referendo...Há perguntas a fazer ao Primeiro-ministro, como há responsabilidades a pedir aos jornais. O Público, por exemplo, escreve:
Depois de ter ouvido as preocupações que lhe foram directamente transmitidas por alguns dos mais importantes líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o Presidente francês, Sarkozy, Sócrates telefonou à chanceler alemã Angela Merkel, que também se manifestou contra a convocação de um referendo, tendo acabado por tomar ontem à tarde a "decisão final" e optado pela ratificação parlamentar.Muito bem. Agora gostaria de saber em que datas o Primeiro-ministro telefonou a Gordon Brown, Sarkozy e Merkel, (a acreditar-se no jornal deveria ter sido nos últimos dois dias), ou vice-versa, e se estes dirigentes europeus tinham sido informados, e por quem, que em Portugal ia haver referendo, de modo suficientemente seguro para se sentirem alarmados e contactarem Sócrates. É que na vida real dos governos e da diplomacia, as coisas não se fazem na base de impressões, nem das leituras pelas embaixadas dos jornais. A ideia que nos querem transmitir, e que pelo menos alguns jornais acreditam, é que tudo corre entre governos e Primeiro-ministros como Sócrates, Sarkozy e Merkel ao estilo das conversas de café, estados de alma, decisões e contra-decisões, - no mesmo dia duas diferentes -, pressões e conselhos de última hora. Insisto, pensar que as coisas correm assim é do domínio das histórias da carochinha.Tudo isto suscita uma ainda maior preocupação: que homem é este que nos governa que não hesita em enganar-nos de forma tão deliberada, com tanta desfaçatez, e desprezo pelos outros? É sem dúvida um homem perigoso.
texto publicado por Pacheco Pereira no blog Abrupto