sábado, 28 de julho de 2007

O Partido Socialista é de Direita

"O PS aceitou dinheiro para colocar na lista um tipo para ser deputado. Por 6 meses!!!!" António Arnault, ex-ministro e actual militante do PS


Blogue do advogado José Maria Martins - Sexta-feira, Julho 27, 2007

Há dias em que não escrevo.

Outros há que escrevo muito. Hoje é um deles.

Estava a ler a revista "Visão" de hoje, dia 27/7/2007 e concontrei uma entrevista de António Arnault, ex-ministro da Saúde do Partido Socislista e grande criador do Serviço Nacional de Saúde o SNS.

É público que militei no PS entre 1977 e 1997. E que abandonei o PS por divergências ideológicas , divergências de principios e valores.

Seria muito bom que todos os portugueses lessem a entrevista na "Visão" e a entrevista de António Arnault.

Sempre tive uma grande consideração por António Arnault, que para mim representava o verdadeiro espírito do PS.Também ele se afastou na década de 80.

Aqui ficam dois excertos:

"(Jornalista:) Fala assim quem era um moderado...
(António Arnault:) Sempre fui moderado no PS.Hoje estou na extrema-esquerda e sou o mesmo! O partido desviou-se tanto para a direita que, porventuara, até estarei quase a sair (risos)..."


e,

"(Jornalista:) E no poder, há mais papistas que o Papa?
(António Arnault:) Os bajuladores existem . Você habitua um cão e ele está-lhe sempre à perna.Mesmo que lhe bata! O cacique, por outro lado, já tem de ser alimentado de outra maneira. Precisa de umas iguarias e quer manter a máquina e o aparelho a funcionar.Conheço o caso de um sujeito que comprou o lugar.Deu dinheiro ao partido para ser deputado. E o PS aceitou, pô-lo na lista! A condição era estar lá seis meses para satisfazer a vaidade.".


Bom , caros amigos, isto é vergonhoso.

O PS aceitou dinheiro para colocar na lista um tipo para ser deputado. Por 6 meses!!!!


O PGR não vai agir? O PGR não vai abrir processo crime?

"Deu dinheiro ao partido para ser deputado"!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Por fim, fica aqui expressa a minha consideração pelo Dr. António Arnault. Um homem bom, um grande democrata, um maçom nobre, à velha maneira da maçonaria, da verdadeira maçonaria e não da actual, mercantil, empregadora.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Contra o medo, liberdade

Este artigo foi retirado do público online.

Que merda de socialismo é este, que põe em causa o maior fundamento da democracia: a liberdade de expressão e pensamento?

Até Manuel Alegre ou uma vez mais Manuel Alegre levanta a Voz contra este governo P.S. - Pidesco Sócretino

A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude

Manuel Alegre


Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira. Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á.

Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.

Sottomayor Cardia escreveu, ainda estudante, que "só é livre o homem que liberta". Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia. E muito menos num partido como o PS, que sempre foi um partido de homens e mulheres livres, "o partido sem medo", como era designado em 1975. Um partido que nasceu na luta contra a ditadura e que, depois do 25 de Abril, não permitiu que os perseguidos se transformassem em perseguidores, mostrando ao mundo que era possível passar de uma ditadura para a democracia sem cair noutra ditadura de sinal contrário.

Na campanha do penúltimo congresso socialista, em 2004, eu disse que havia medo. Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores (nacionais ou locais) para assim conquistar ou não perder posições (ou empregos). Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado. No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra. Aliás, os debates desse congresso, entre Sócrates, eu próprio e João Soares, projectaram o PS para fora de si mesmo e contribuíram em parte para a vitória alcançada nas legislativas. Mas parece que foram o canto do cisne. Ora o PS não pode auto-amordaçar-se, porque isso seria o mesmo que estrangular a sua própria alma.

Há, é claro, o álibi do Governo e da necessidade de reduzir o défice para respeitar os compromissos assumidos com Bruxelas. O Governo é condicionado a aplicar medidas decorrentes de uma Constituição económica europeia não escrita, que obriga os governos a atacar o seu próprio modelo social, reduzindo os serviços públicos, sobrecarregando os trabalhadores e as classes médias, que são pilares da democracia, impondo a desregulação e a flexigurança e agravando o desemprego, a precariedade e as desigualdades. Não necessariamente por maldade do Governo. Mas porque a isso obriga o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) conjugado com as Grandes Orientações de Política Económica. Sugeri, em tempos, que se deveria aproveitar a presidência da União Europeia para lançar o debate sobre a necessidade de rever o PEC. O Presidente Sarkozy tomou a iniciativa de o fazer. Gostei de ouvir Sócrates a manifestar-se contra o pensamento único. Mas é este que condiciona e espartilha em grande parte a acção do seu Governo.

Não vou demorar-me sobre a progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde, com, entre outras coisas, as taxas moderadoras sobre cirurgias e internamentos. Nem sobre o encerramento de serviços que agrava a desertificação do interior e a qualidade de vida das pessoas. Nem sobre a proposta de lei relativa ao regime do vínculo da Administração Pública, que reduz as funções do Estado à segurança, à autoridade e às relações internacionais, incluindo missões militares, secundarizando a dimensão administrativa dos direitos sociais. Nem sobre controversas alterações ao estatuto dos jornalistas em que têm sido especialmente contestadas a crescente desprotecção das fontes, com o que tal representa de risco para a liberdade de imprensa, assim como a intromissão indevida de personalidades e entidades na respectiva esfera deontológica. Nem sobre o cruzamento de dados relativos aos funcionários públicos, precedente grave que pode estender-se a outros sectores da sociedade. Nem ainda sobre a tendência privatizadora que, ao contrário do Tratado de Roma, onde se prevê a coexistência entre o público, o privado e o social, está a atingir todos os sectores estratégicos, incluindo a Rede Eléctrica Nacional, as Águas de Portugal e o próprio ensino superior, cujo novo regime jurídico, apesar das alterações introduzidas no Parlamento, suscita muitas dúvidas, nomeadamente no que respeita ao princípio da autonomia universitária.

Todas estas questões, como muitas outras, são susceptíveis de ser discutidas e abordadas de diferentes pontos de vista. Não pretendo ser detentor da verdade. Mas penso que falta uma estratégia que dê um sentido de futuro e de esperança a medidas, algumas das quais tão polémicas, que estão a afectar tanta gente ao mesmo tempo. Há também o álibi da presidência da União Europeia. Até agora, concordo com a acção do Governo. A cimeira com o Brasil e a eventual realização da cimeira com África vieram demonstrar que Portugal, pela História e pela língua, pode ter um papel muito superior ao do seu peso demográfico. Os países não se medem aos palmos. E ao contrário do que alguém disse, devemos orgulhar-nos de que venha a ser Portugal, em vez da Alemanha, a concluir o futuro Tratado europeu. Parafraseando um biógrafo de Churchill, a presidência portuguesa, na cimeira com o Brasil, recrutou a língua portuguesa para a frente da acção política. Merece o nosso aplauso.

Oque não merece palmas é um certo estilo parecido com o que o PS criticou noutras maiorias. Nem a capacidade de decisão erigida num fim em si mesma, quase como uma ideologia. A tradição governamentalista continua a imperar em Portugal. Quando um partido vai para o Governo, este passa a mandar no partido, que, pouco a pouco, deixa de ter e manifestar opiniões próprias. A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude.

Admito que a porta é estreita e que, nas circunstâncias actuais, as alternativas não são fáceis. Mas há uma questão em relação à qual o PS jamais poderá tergiversar: essa questão é a liberdade. E quem diz liberdade diz liberdades. Liberdade de informação, liberdade de expressão, liberdade de crítica, liberdade que, segundo um clássico, é sempre a liberdade de pensar de maneira diferente. Qualquer deriva nesta matéria seria para o PS um verdadeiro suicídio.

António Sérgio, que é uma das fontes do socialismo português, prezava o seu "querido talvez" por oposição ao espírito dogmático. E Antero de Quental chamava-nos a atenção para estarmos sempre alerta em relação a nós próprios, porque "mesmo quando nos julgamos muito progressistas, trazemos dentro de nós um fanático e um beato". Temo que actualmente pouco ou nada se saiba destas e doutras referências.

Não se pode esquecer também a responsabilidade de um poder mediático que orienta a agenda política para o culto dos líderes, o estereótipo e o espectáculo, em detrimento do debate de ideias, da promoção do espírito crítico e da pedagogia democrática. Tenho por vezes a impressão de que certos políticos e certos jornalistas vivem num país virtual, sem povo, sem história nem memória.

Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa. Responsabilidade dele? A verdade é que não se perfilam, por enquanto, nenhumas alternativas à sua liderança. Nem dentro do PS nem, muito menos, no PSD. Ora isto não é bom para o próprio Sócrates, para o PS e para a democracia. Porque é em situações destas que aparecem os que tendem a ser mais papistas que o Papa. E sobretudo os que se calam, os que de repente desatam a espiar-se uns aos outros e os que por temor, veneração e respeitinho fomentam o seguidismo e o medo.

Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro. Mas também sei que, assim como, em certos momentos, como fez o PS no verão quente de 75, um partido pode mobilizar a opinião pública para combates decisivos, também pode suceder, em outras circunstâncias, como nas presidenciais de 2006 e, agora, em Lisboa, que os cidadãos, pela abstenção ou pelo voto, punam e corrijam os desvios e o afunilamento dos partidos políticos. Há mais vida para além das lógicas de aparelho. Se os principais partidos não vão ao encontro da vida, pode muito bem acontecer que a recomposição do sistema se faça pelo voto dos cidadãos. Tanto no sentido positivo como negativo, se tal ocorrer em torno de uma qualquer deriva populista. Há sempre esse risco. Os principais inimigos dos partidos políticos são aqueles que, dentro deles, promovem o seu fechamento e impedem a mudança e a abertura.

Por isso, como em tempo de outros temores escreveu Mário Cesariny: "Entre nós e as palavras, o nosso dever falar." Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O PS anda mesmo pelas ruas da amargura

Li na imprensa desta semana que há no PS alguém que quer fazer a cama ao Dr. Barra.
Simultaneamente, 2 jornais, Cávado e Jornal de Barcelos, fizeram manachete com esse mesmo assunto: Há oposição ao líder do PS e as vozes contrárias denunciam de falta de chama e de verdadeira oposição por parte do do directório Barrista.

Curiosamente, João Lourenço, que até agora se tinha mantido num silêncio absoluto, aproveitou a boleia de um auto-anunciado e pretenso candidato ao lugar de Horácio Barra, para, dizendo que nada dizia, acabar por muito dizer. Com efeito, João Lourenço criticou asperamente a liderança de Barra. Que mais mal se pode dizer de um líder da oposição, quando se afirma que a opisção não se vê. Se como bem diz Horácio Barra, na política o que parace é; então, Lourenço arrasou Barra.
Mas além de Lourenço, também Miguel Andrade tocou na ferida do PS, ao dizer que o partido se preocupa com coisas menores e laterais.

Todavia, muito mais longe foi o ex-presidente da Junta de Cambezes - um histórico militante, ao criticar abertamente Barra e a estratégia que a direcção do PS tem prosseguido no caso da defesa (não defesa) das valências do Hospital de Barcelos,não se inibindo de falar da famigerada avença de Horácio Barra, advogado, como sendo politicamente incompatível com a figura de Horácio Barra, enqunato líder do PS. Relembre-se, uma vez mais, as palavras de Horácio: "na política o que parece é", pelo que "em nome da transparência" como gosta de afirmar, deveria tirar ilações deste episódio.

E não basta já, o eterno e gasto e roto discurso da actual direcção do PS, de que tudo são manobras do PSD ou da CDU ou do Zé Evangelista e do Sr. Torres.
Isso jáanão cola, nem convence os cada vez mais desagrados socialistas com a postura política e até pessoal de Horácio Barra, quanto mais essa massa enorme de votantes que não está arrigentada nos partidos e é quem decide as eleições.

É provável que o líder do PS tente dar um murto na mesa e por ordem na casa, na próxima reunião. Mas será que tem força para o fazer? Será que as palavras de Lourenço, de Andrade, de Silva, de Isaltina, e de outros, muitos deles autarcas, baasta ouvir o presidente da Junta da Várzea (entre outros) não fragilizaram demasiado o ainda candidato do PS às próximas eleições? Só o tempo o dirá.

Na perspectiva do ConcelhoProfundo, João Lourenço fala verdade quando diz que não quer candidatar-se à liderança do partido. E muito mais fala verdade quando diz que não apoia Vasconcelos. Afnal quem é Vasconcelos? a não ser um nado-morto!
Mas esta opção de Lourenço não ser candiadato a nada não deve deixar de preocupar ainda mais Horácio Barra.
Lourenço "solto", livre para dizer aquilo que pensa sem peias de obediência aparelhística, é muito mais perigoso, mais mortífero para a liderança de Barra.
A política tem destas coisas: quase sempre os inimigos internos são mais perigosos do que os adversários externos.

Barra pagará com juros demasiado altos as afrontas políticas que fez a Lourenço e afilosofia acabará por prevalecer sobre a estratégia do xadrez.
Se a vida é um jogo, a essência filosófica das coisas vai muito para além disso.
Afinal, o que é um tabuleiro perante o horizonte da liberdade das ideias...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Não mexam no assunto... (do diploma de Sócrates)


Carlos Pinto
59 anos, PSD, presidente da Câmara da Covilhã. Comprovativos das habilitações de José Sócrates fazem parte de um «dossiê reservado». Que pode vir a agitar o País
Sónia Sapage / VISÃO nº 749 12 Jul. 2007

(…)
Recentemente relacionou a publicitação de partes do relatório da Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) sobre a Câmara da Covilhã com o facto de existir, na autarquia, documentação «preocupante» sobre José Sócrates. A que é que se estava a referir concretamente?
Isso veio a propósito de uma discussão na Assembleia Municipal sobre o relatório do IGAT. Deputados socialistas extrapolaram circunstâncias desse relatório, o que me levou a dizer que me preocupava a existência de documentos já publicitados, não comprovados, que de certa maneira têm a ver com pessoas altamente colocadas, como é o caso do senhor primeiro-ministro. Gostaria muito que não se desse relevo à Câmara da Covilhã por essa via, porque quando se fala desta autarquia, sobre relatórios da IGAT, isso faz lembrar às pessoas circunstâncias que estão a decorrer, como os documentos que têm a ver com pessoas altamente colocadas. O mínimo de senso dos socialistas em relação a esta matéria seria terem alguma discrição.

Quando fala de documentos, refere-se ao currículo que foi depositado aqui, na autarquia?
Falo de documentos que – é público – foram solicitados à Câmara no pedido que foi feito pela Procuradora Adjunta. Não é segredo. Não revelei nada que não estivesse na decorrência de outros processos que escapam ao município. O sentido foi esse: Não chamem a atenção porque estão a avivar coisas que nesta altura não devem ser empoladas.

Foi um aviso aos socialistas? Um conselho de amigo?
Foi exactamente isso: um conselho de amigo. Não mexam no assunto porque a Câmara, do ponto de vista deste relatório do IGAT, não tem preocupações. Agora, não me façam estar preocupado com outras coisas que devem ser geridas com grande parcimónia...
execução?
(…)
Atendendo a que recentemente se viveram, em Portugal, casos como o do professor Charrua ou o da directora-clínica do Centro de Saúde de Vieira do Minho, o que lhe apetece dizer sobre o estado da Democracia portuguesa? Está saudável?
Este tipo de coisas vem, provavelmente, de pessoas que pensam que ajudam o Governo e que o prejudicam imenso. Acho que isto pode ser muito prejudicial para o Governo e está a justificar a preocupação de pessoas dentro do PS. Pensei que nós éramos mais rápidos, depois do 25 de Abril de 74, a criar uma Democracia que não tivesse casos destes. Isto é muito mais próprio de uma período do PREC do que de um de decorrência normal da Democracia. Quando um caso não é perfeitamente isolado e revela que na Administração existem coisas assim em cadeia, já podemos começar a analisar como uma fenómeno que está a tentar despontar subjacente a um espírito e um estado de coisas que pode ser preocupante.
(…)
Para si, não ficou nada por explicar no episódio Sócrates/Independente? Não ficou com dúvidas?
Entendi e entendo. Naquilo que diz respeito ao meu contacto com o problema, tomei conhecimento de que existia aqui um certificado que não era coincidente com um outro que também existia. Verifiquei essa situação como cidadão e nada mais. Como sabe, a entrada de documentos num dossiê pessoal depende do próprio. Eu limitei-me a dar ordens para quem esse dossiê tivesse um cuidado especial e que fosse documentação reservada. Dei ordens expressas para que só o vereador responsável tivesse acesso a essa documentação.

Para se proteger?
Absolutamente.
Como é que o documento chegou à Câmara da Covilhã? Entregue por quem?
O senhor engenheiro José Sócrates é engenheiro do quadro. Foi aqui que ele entrou na AP, tanto quanto sei. Depois, quando era ministro, teve a promoção que lhe competia e apresentou os documentos necessários, onde depois aparece essa situação de discrepância que parece existir.

Que outros documentos foram requeridos pela Direcção Central de Investigação e Acção Penal no âmbito da investigação à licenciatura de Sócrates?
Não lhe posso dizer porque é matéria que está em segredo de justiça. Está a haver um inquérito. Como é óbvio, e natural, foram-me solicitados elementos, mas não posso divulgar quais.

terça-feira, 17 de julho de 2007

A ler - OPA SOBRE O PAÍS







"OPA SOBRE O PAÍS


Por Dr. António Barreto (*)


"É a tentativa visível e crescente de o Governo tomar conta, orientar e vigiar. Quer saber tudo sobre todos. Quer controlar.

Não. Não se trata do lançamento de mais uma OPA sobre empresa ou clube desportivo. É, simplesmente, a tentativa visível e crescente de o Governo tomar conta, orientar e vigiar. Quer saber tudo sobre todos. Quer controlar.

Quando o Governo de Sócrates iniciou as suas funções, percebeu-se imediatamente que a afirmação da autoridade política era uma preocupação prioritária. Depois de anos de hesitação, de adiamentos e de muita demagogia, o novo primeiro-ministro parecia disposto a mudar os hábitos locais. Devo dizer que a intenção não era desagradável. Merecia consideração. A democracia portuguesa necessita de autoridade, sem a qual está condenada. Lentamente, o esforço foi ganhando contornos. Mas, gradualmente também, foi-se percebendo que essa afirmação de autoridade recorria a métodos que muito deixavam a desejar. Sócrates irrita-se facilmente, não gosta de ser contrariado. Ninguém gosta, pois claro, mas há quem não se importe e ache mesmo que seja inevitável. O primeiro-ministro importa-se e pensa que tal pode ser evitado. Quanto mais não seja colocando as pessoas em situação de fragilidade, de receio ou de ameaça.

Vale a pena recordar, sumariamente, alguns dos instrumentos utilizados. A lei das chefias da Administração Pública, ditas de "confiança política" e cujos mandatos cessam com novas eleições, foi um gesto fundador. O bilhete de identidade "quase único" foi um sinal revelador. O Governo queria construir, paulatinamente, os mecanismos de controlo e informação. E quis significar à opinião que, nesse propósito, não brincava. A criação de um órgão de coordenação de todas as polícias parecia ser uma medida meramente técnica, mas percebeu-se que não era só isso. A colocação de tal organismo sob a tutela directa do primeiro-ministro veio esclarecer dúvidas. A revisão e reforma do estatuto do jornalista e da Entidade Reguladora para a Comunicação confirmaram um espírito. A exposição pública dos nomes de alguns devedores fiscais inscrevia-se nesta linha de conduta. Os apelos à delação de funcionários ultrapassaram as fronteiras da decência. O processo disciplinar instaurado contra um professor que terá "desabafado" ou "insultado" o primeiro-ministro mostrou intranquilidade e crispação, o que não é particularmente grave, mas é sobretudo um aviso e, talvez, o primeiro de uma série cujo âmbito se desconhece ainda. A criação, anunciada esta semana, de um ficheiro dos funcionários públicos com cruzamento de todas as informações relativas a esses cidadãos, incluindo pormenores da vida privada dos próprios e dos seus filhos, agrava e concretiza um plano inadmissível de ingerência do Estado na vida dos cidadãos. Finalmente, o processo que Sócrates intentou agora contra um "bloguista" que, há anos, iniciou o episódio dos "diplomas" universitários do primeiro-ministro é mais um passo numa construção que ainda não tem nome.

Não se trata de imperícia. Se fosse, já o rumo teria sido corrigido. Não são ventos de loucura. Se fossem, teriam sido como tal denunciados. Nem são caprichos. É uma intenção, é uma estratégia, é um plano minuciosamente preparado e meticulosamente posto em prática. Passo a passo. Com ordem de prioridades. Primeiro os instrumentos, depois as leis, a seguir as medidas práticas, finalmente os gestos. E toda a vida pública será abrangida. Não serão apenas a liberdade individual, os direitos e garantias dos cidadãos ou a liberdade de expressão que são atingidos. Serão também as políticas de toda a espécie, as financeiras e as de investimento, como as da saúde, da educação, administrativas e todas as outras. O que se passou com a Ota é bem significativo. Só o Presidente da República e as sondagens de opinião puseram termo, provisoriamente, note-se, a uma teimosia que se transformara numa pura irracionalidade. No país, já nem se discutem os méritos da questão em termos técnicos, sociais e económicos. O mesmo está em vias de acontecer com o TGV. E não se pense que o Governo não sabe explicar ou que mostra deficiências na sua política de comunicação. Não. O Governo, pelo contrário, sabe muito bem comunicar. Sabe falar com quem o ouve, gosta de informar quem o acata. Aprecia a companhia dos seus seguidores, do banqueiro de Estado e dos patrícios das empresas participadas. Só explica o que quer. Não explica o que não quer. E só informa sobre o que lhe convém, quando convém.

É verdade que o clima se agravou com o tempo. Nem tudo estava assim há dois anos. A aura de determinação cobria as deficiências de temperamento e as intenções de carácter. Mas dois conjuntos de factos precipitaram tudo. O caso dos diplomas e da Universidade Independente, a exibir uma extraordinária falta de maturidade. E o novo aeroporto de Lisboa, cujo atamancado processo de decisão e de informação deixou perplexo meio país. A posição angélica e imperial do primeiro-ministro determinado e firme abriu brechas. Seguiu-se o desassossego, para o qual temos agora uma moratória, não precisamente a concedida aos estudos do aeroporto, mas a indispensável ao exercício da presidência da União Europeia.

De qualquer modo, nada, nem sequer este plano de tutela dos direitos e da informação, justifica que quase todos os jornais, de referência ou não, dêem a notícia de que "o professor de Sócrates" foi pronunciado ou arguido ou acusado de corrupção ou do que quer que seja. Em título, em manchete ou em primeira página, foi esta a regra seguida pela maior parte da imprensa! Quando as redacções dos jornais não resistem à demagogia velhaca e sensacionalista, quase dão razão a quem pretende colocá-las sob tutela..."

(*) Sociólogo e ex-Ministro da Agricultura do Partido Socialista"

domingo, 15 de julho de 2007

Felizes os pobres de espírito, que deles é o Reino de Deus

sábado, 14 de julho de 2007

Governo promove a morte: fecham maternidades; abrem abortadeiros

Hoje quase tive uma indigestão quando aqui na rede que nos liga ao mundo li a seguinte notícia no site do Sol.


DGS garante «rede muito vasta» de locais para realizar IVG

O director-geral da Saúde garantiu hoje que vai haver uma «rede muito vasta» de unidades no país para a realização de interrupções voluntárias da gravidez (IVG)
Questionado pela Lusa sobre a incapacidade de pelo menos nove hospitais públicos de realizar abortos, Francisco George garantiu que «haverá uma rede muito vasta» de unidades, que será apresentada segunda-feira em conferência de imprensa, remetendo quaisquer outras informações para esse momento.

«Estamos a trabalhar na rede para ser apresentada segunda-feira. É uma rede muito vasta que cobre todo o país, sendo constituída por dezenas de serviços públicos e, em termos de complementaridade, apenas por duas unidades privadas», disse à Lusa Francisco George.

Numa altura em que as estatísticas dizem que 2006 foi dos piores anos de sempre em número de nascimentos, numa ocasião em que todas as projeções apontam para uma baixa demográfica muito preocupante, capaz de fazer perigar todos os equilíbrios de sustentabilidade e coesão social, o director-geral da Saúde, um daqueles que cumpre todas as políticas que o inenarrável ministro Correia de Campos tem o desplante de avançar, veio vangloriar-se publicamente de que a rede abortadeira será nacional e nada faltará a quem quiser matar fetos até aos dois meses.

Sem querer entrar pela polémica de se é correcto ou incorreto, uma mulher, unilateralmente, decidir sobre a vida de um futuro ser humano, já não tenho qualquer receio em proclamar e gritar contra a horripilante e absurda prtica de favorecer os centros abortadeiros, enquanto a rede de maternidades vai minguando e sendo extinta!
Aliado a isto, está a desfaçatez total de um partido - PS, de um ministro e de um governo, que me obriga a pagar taxas moderadoras quando recorro às Urgência com uma cólica violentíssima, uma gripe que me deixa de rastos ou uma crise de pedra no rim; enquanto isenta (e se vangloria disso) as mulheres que quiseram dar uma queca ou fazer amor sem preservativo ou que não tomaram a pílula (também esta gratis).

Contra esta inversão de valores, contra esta política do culto da morte, contra uma política de pseudomodernismo e de vanguardismo de pacotilha, onde dar o cu é mais valorizado do que fazer um filho, contra esta desorganização e disfunção social, contra isto que às vezes parece um pesadelo em que não queremos acreditar que esteja a acontecer, eu daqui do concelho profundo lanço uma palavra-de-ordem: se preciso for, teremos de enveredar pela força - porque eles, já há muito que nos atacam: eles são os terroristas sociais e morais, encapotados e trasvestidos de socialistas, tal como a ETA e outros se trasvestiram de partidos democratas.
Urge acordar.
Recusemos o sonorífero que a todo o tempo a propaganda mais nazi nos impige, através de um controlo mediático que faz do jornalismo actual, a vergonha de todas as vergonhas!
Denuncie, lute, conteste!

Post-scriptum:Sempre gostaria de saber o que pensa disto a direcção do actual PS de Barcelos. Sei que muitos socialistas são radicalmente contra esta política de Saúde, cujo exemplo mais notório e público é o da enfermeria Isaltina. Mas também sei, porque li, que o dr. horácio Barra acha que este governo tem dado muitas prendas a Barcelos.
Uma delas o fecho da maternidade, recordo.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

A morte da Liberdade

A morte da Liberdade
por Hernâni Carvalho

Acordo e vejo José Eduardo Moniz na TV afirmando que os políticos têm de fazer uma reciclagem e uma aprendizagem da cidadania. Mudo de canal e dou com Francisco Pinto Balsemão em fortes críticas ao governo sobre a forma como está a ser tratada a comunicação social.

Torno a mudar de canal. Não encontro qualquer comentário de Almerindo Marques, o que é natural já que é nomeado pelo governo.

Aqui chegado, de duas uma. Ou acordei em mau dia ou a coisa está pela hora da morte. Da liberdade, está claro.

Deixo a TV e vou para o computador. Recebo a mensagem de um camarada de profissão que me aconselha a leitura urgente do Movimento Informação é Liberdade . Clico no acesso ao dito e descubro um movimento de jornalistas preocupados com a liberdade. O novo estatuto da profissão de jornalista vem de negro. A preocupação já assaltou a mente de mais de 400 profissionais, agora subscritores de um protesto . Na lista, encontro alguns dos mais sonantes nomes do Jornalismo português, a par de outros tantos que, não sendo conhecidos do grande público, alimentam diarimente o exercício da liberdade. Liberdade. Aquela “coisa” a que os menores de quarenta anos dão pouco valor, apenas porque não imaginam ser possível viver sem ela.

A Liberdade, é como a electricidade. Já nem imaginamos a vida sem ela. Só quando falha nos damos conta do quão espartilhados ficamos com a sua ausência. Há tantos anos que a temos que a damos por adquirida. E não está.

Já tinha visto uma secretária de estado a ensinar como e onde se podem fazer críticas ao governo. Já lera que um professor fora saneado e outro obrigado a trabalhar doente até à morte. E sabia da outra funcionária, exilada por não apagar umas críticas feitas a um ministro em tempo útil. Agora é o novo estatuto de jornalista que parece vir afinar pelo mesmo diapasão. Revoltam-se-me as entranhas só de saber quem cozinhou o novo documento. Antigos arautos da liberdade. Melhor dizendo, ex-arautos. “ex” porque já não o são. O pudor e a vergonha inibem-me de plasmar aqui o nome desses deputados. Já não defendem incondicionalmente a liberdade. Aprovam uma “coisa” que lhes aconchegue melhor o lugar.

Não estou a favor nem contra o governo (este ou outro), nem quero saber das divisões ou manipulações em curso no seio dos profissionais do Jornalismo. Sou pela Liberdade. Vou aderir ao protesto e agradecer ao meu camarada de profissão ter-me avisado que a luz pode faltar a qualquer momento.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Sô Presidente - O Bufo de Mariz

O presidente da Junta de Mariz armou-se em mártir e apareceu a insinuar ser vítima de perseguição da Câmara Municipal, porque, ao que diz, a fiscalização municipal apareceu lá em casa a perguntar se habitação estava licenciada.
Coitadinho do Sô Presidente da Junta, diria, na sua argúcia humorística, o nosso Herman José: “Coitadinho” do “Anjinho”. Até pode ser pecado.
Porque raio iriam fiscalizar este um autarca, um homem com aquele ar clerical, e cuja folha de serviços ostenta o brilharete de ser o único (ou quase) presidente de Junta do concelho de Barcelos a ser condenado em Tribunal.
Logo ele, que, agora, em vez de levar os seus conterrâneos aos comícios dos candidatos socialistas a Lisboa, sob o beato pretexto de passeio à Virgem de Fátima, isto, claro, tudo pago pelo dinheiro da Junta; dizia eu, então, logo agora que em vez de excursionista virou bufo: o bufo de Mariz.
Pois não é que o “sô presidente”, com ar de clérigo a fugir para o anjinho asséptico e assexuado, não é que agora virou de bufar – modo popular de dizer denunciar, ou se quisermos ser mais duros: pidescar, todos os seus conterrâneos que fazem umas obritas lá pela sua bela, altaneira e ribeirinha Mariz!
Esqueceu-se, o sô Presidente, que quem “bufa” também pode ser “bufado”! Lá diz o ditado: “quem com ferros mata, com ferros morre”. Vai daí, alguém - os que foram vítimas do bufanço ou outros à bolina desta ventania gasosa, resolveu bufar o sô presidente.
Bufado de um lado, bufado de outro; ora toma, honras presidenciais de fiscalização em casa.
Não satisfeito com tal honraria – que diga-se – mereceu inteiramente, o sô presidente da Junta de Mariz, agora mais a cara clerical ainda – quase a roçar a a imaculação (a virgem que me perdoe), fez sermão no ConcelhoProfundo e diz-se vítima de perseguição.
Sô Presidente! Perseguição, só de for por os “bufos” dos que o bufaram serem mais fortes do que os seus “bufos”. Mas sabe como é: a idade não perdoa. Quando se vai entradote na vida, a próstata ocupa mais espaço, os músculos perdem elasticidade, o intestino ganha pólipos, e é perfeitamente natural que os seus bufos saiam sem aquele gás, que outrora as suas manifestações gasosas teriam. Descanse, todavia, sô presidente, que não é por isso o senhor perde de ser quem é.
O povo é benevolente. E mais não fosse, o seu aliado, o mesmo aliado que foi seu defensor em Tribunal no caso que aludi acima, e o deixou condenar de forma lastimável, dizia eu, o seu advogado, agora seu líder político, já saiu em sua defesa.
Duvido que tal defesa esteja à altura da verdadeira cena que o sô presidente de Junta de Mariz está a representar. Mas que indubitavelmente está à altura dos pergaminhos dos seus canhestros “bufos”, disso não tenho a menor dúvida!
E por hoje é tudo do ConcelhoProfundo.
Passe bem, sô presidente! E faça-me um favor, bufe-me. Bufe-me com toda a força que o seu canal ainda tiver.
Bufe-me, porque, como dizia o outro: bufam-me, logo existo.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Este país fede que tomba

Dei hoje uma vista de olhos pela blogosfera para ver como andam as coisas neste cantinho à "beira-mar plantado". Nos últimos dias tive, uma vez mais, a oportunidade de observar Portugal de fora e, nessas circusntâncias, devo dizer, com toda a sinceridade, que o nosso País fica bem melhor no retrato quando visto à distãncia de muitos quilómetros de outras culturas, do que quando o observamos intra-muros, mesquinho, pequenino, servido por "pessoas" acéfalas, ignorantes e sem auto-estima, que recalcam todas as suas frustrações num coqueteil explosivamente suicida - um veneno que mescla a inveja e a ganância
O Portugal que observei lá fora - mais concretamente de Paris, é o Portugal dos escritores e dos livros que as livrarias da cidade luz ostentam sem qualquer tipo de xenofobismo.É o Portugal da Paula Rego que brilha como uma paleta repleta de cores, no mundo da Arte.É o portugal de muitos académicos portugueses que fogem deste marasmo onde se compram os canudos ou se tiram pseudo-licenciaturas por fax, para estudarem em Universidades de reconhecida competência.
É também o Portugal dos emigrantes que lá se comportam civilizaadamente, e que mal entram por Vilar Formoso ou o raio que os parta, logo reganham o pior dos piores hábitos, atitudes e comportamentos.

Quando cheguei ao aeroporto Sá Carneiro e despertei outra vez para este Portugal Profundo, quis saber se alguma coisa tinha mudado, como por milagre.
E não é que mudou mesmo. Para pior.
Sócrates está a viver as passas do Algarve. Já não há maldicência sobre a função a Função Pública que o aguente. Aqui ao lado, o deputado Ricardo Gonçalves, o Cardolas
para os amigos, faz trinta por uma linha e arma a maior bronca no Parlamento.
No Concelho Profundo, o "insuportável" Barra, queria que o presidente da Junta de Mariz bufasse os seus conterrâneos e não queria que aqueles bufassem o seu presidente.
Ora, se o PS gosta de bufar, então que bufemos todos.
Eu por mim já comprei uma máscara. Este poder fede que tomba.
Razão tem o advogado José Maria Martins.
Ora vejam

Domingo, Julho 08, 2007
Àh vaia linda !

O jornal " Público" noticia hoje a vaia monumental a José Sócrates , no Estádio da Luz, - por azar Primeiro Ministro de Portugal - da seguinte forma:"Nem Torre de Belém, nem Castelo de Guimarães, nem Pirâmides de Gizé. A maior ovação da noite de ontem no estádio da Luz foi, afinal, uma vaia monumental a ... José Sócrates ".O jornal "Correio da Manhã" tem hoje, na última página, o seguinte título:"NO ESTÁDIO DA LUZSÓCRATES VAIADO"O Povo está a mexer. O Povo está a começar a reagir em força contra José Sócrates e o seu governo.O que se está a passar em Portugal é mau demais para ser verdade e o Povo reage.O Partido Socialista estava habituado a que o Povo fosse servil. A tanga do socialismo, do optimismo, deu lugar à mais dura realidade: musculação da política, perseguição ideológica, tentativas de silenciamento dos que não pensam igual , por delito de opinião, ataque à liberdade de expessão.Mas hoje as coisas são diferentes.O controlo da comunicação social já é mais difícil porque há a Internet e os blogues.Só espero que José Sócrates não tenha a infeliz ideia de mandar identificar, pela televisão ,os assobiadores, e queixar-se deles através do Governo Civil, alegando estarem-lhe a estragar a acção política!Já acredito em tudo!Pela mão do PS e seu Governo voltou a falar-se em "bufaria" em Portugal, em perseguições políticas, disciplinares, criminais , por delito de opinião.O Editorial do jornal "Público" tem o título "Os bufos e o aparelho dos partidos".Inacreditável, depois de 33 anos de regime democrático!Portugal e os portugueses merecem melhor, muito melhorVamos derrubar este Governo, que foi ao ponto de mandar mulheres portuguesas dar à luz em Badajoz!José Sócrates perdeu legitimidade , sabe-o muito bem e deve retirar daí as consequências políticas necessárias: Demitir-se.O Presidente da República não pode sustentar este Governo, nem por causa da Presidência do Conselho Europeu.O Mundo viu a vaia monumental ao "Presidente do Conselho Europeu" e também na cena internacional o Governo está a pique.
josemariamartins.blogspot.com/

quinta-feira, 5 de julho de 2007

P.S. - Pide (Só)cretina

QUE FEDOR ...



Qué passa? perguntou-me um amigo espanhol, professor na Universidade de Compostela, após ter tomado conhecimento das muitas notícias que, aqui por Portugal, dão conta da perseguição a tudo o que "cheire" a crítica ao Governo ou a afronta ao "polvo" (Só)-cretino.
Quando lhe tentei explicar que o homem que ganhou as últimas eleições estava a utilizar dos piores esquemas que existem para tentar "sufocar, amordaçar, calar", justas ou injustas, todas as críticas que de diversos sectores da sociedade vão ecoando do lamaçal em que o país está atolado, do lado de lá do telefone ouviu-se uma desabafo de estupefacção: "Puta madre!"
Vale a J.Rodriguez leccionar na Galiza e assim estar a coberto das escutas e denúnicas por fax, email, ou boca-a-boca dos pidezinhos aspirantes a Sócretininhos, senão levava uma suspensão imediata "estilo DREN", ou uma exoneração tipo "ministro da Saúde".
Que há por aí gentalha a bufar amigos e inimigos para conseguir uns lugarzecos à mesa do roubo fiscal que o Governo faz aos portugueses que trabalham - sim, a estes, que são os únicos onde o fisco alapa a mão; que há por aí "engenheiros", "doutores", "sociólogos", "psicolólogos", "professores", que a únicas universidades que frequentaram foram as filiais do largo do Rato, que há essa imundice de sargeta por onde escorre o fio repelente da mais exuberante incompetência e arrogãncia, que há isso tudo, já nós sabíamos.
Mas que seja um deputado de Braga, professor de filosofia que medrou na máquina partidária do PS local, a dizer que se fosse comigo a administradora do centro de saúde de Vieira já tinho ido há muito, e outro a vociferar, em plena Assembleia da República que: ganhamos as eleições foi para nomear (ver imprensa política de hoje), quando isto acontece, eu só posso plagiar o desafabo do meu amigo galego: PUTA MADRE!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A METÁFORA DE BELARMINO

Crónica de Baptista Bastos, editada no Jornal de Notícias
Título á boa maneira dos minhotos chamarem os bois pelos nomes:

O CAGAROLA

"Se não aguentas seis assaltos, o melhor é desistires logo à primeira." Disse-me Belarmino Fragoso, com quem pratiquei boxe, no Desportivo da Mouraria. Belarmino era um campeão sem medo; porém, um homem malicioso e sábio. Eu, um rapaz esgalgado e um pouco mais intempestivo do que hoje sou. A frase ocorreu-me, como metáfora, ao ler que José Sócrates, no acto inaugural da Presidência Europeia, entrou, sorrateiro, pelo parque de estacionamento da Casa da Música, a fim de escapar a uma manifestação de protesto.Digo-o de forma amistosa: Sócrates não resiste a dois assaltos. Posa de leão indomesticável, mantém um semblante grave, mas escapule-se, furtivo, à mais leve suspeita de distúrbio. A pesarosa cena, no Porto, fornece-nos o retrato de um homem que recusa enfrentar os problemas por si próprio criados e que transforma o abstracto numa vitória sobre o concreto.
(...)
No Porto, ao desembaraçar-se da maçada de ter de ouvir protestatários no desemprego, José Sócrates ilustrou a metáfora do campeão. Deixou-nos a inquietante suspeição de que ou é tímido, ou medroso, tímido ou pedante. E perdeu o momento de demonstrar, a tão egrégios convidados, que o diálogo pode ser o antídoto do ruído.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Filhos da puta

O título é da responsabilidade do autor deste blogue.
A notícia é do Correio da Manhã. A indignação terá de ser de todos os portugueses, perante casos destes.
Dantes reformavam pessoas por "uma galinha". Agora roubam a reforma a moribundos.
Filhos da puta!


Após mais de 30 anos de serviço, o professor Artur foi traído pelo cancro. Ficou sem a laringe e só falava, com grande dificuldade, através de um aparelho. Mesmo assim, foi-lhe recusado o pedido de aposentação e até uma junta médica o deu como apto. Mas os alunos acabaram por não ouvir qualquer aula ao som da sua voz robótica. O professor morreu no dia 9 de Janeiro.
Este é o segundo caso conhecido de uma aposentação negada a um professor doente. Em Junho, uma professora de Aveiro, de 63 anos, a quem tinha sido diagnosticada uma leucemia, morreu sem que lhe tenha sido concedida a reforma.Na Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, o ambiente é agora de “revolta e indignação”. Alunos, professores e auxiliares mostram-se “perplexos” com “as respostas inacreditáveis do sistema público a um caso dramático como este”, conforme desabafou ao CM o presidente da assembleia de escola, João Lucas, recordando os últimos dias de sofrimento do professor de Filosofia. Com um cancro na garganta, Artur José Vieira da Silva teve de se submeter a uma “amigdalectomia esquerda e laringectomia total com esvaziamento gangliconar cervical funcional bilateral e traquostomia permanente”. Com “ausência total e irrecuperável da voz”, o professor de 60 anos pediu a aposentação.O caso foi avaliado por uma junta médica, a 18 de Abril de 2006, sem que o paciente tivesse sido convocado. A 9 de Maio – e apesar do que consta da Tabela Nacional de Incapacidades – o professor recebeu o veredicto de que nada o impedia de exercer as suas funções.Artur Silva apresentou-se na escola e só ficou livre de actividade lectiva porque o ano já se encontrava no fim. No início do ano lectivo “ainda participou nas reuniões preparatórias, mas as suas dificuldades eram óbvias”, reconhece a presidente do conselho executivo, Manuela Gomes.Artur Silva ainda escreveu uma carta ao director da Caixa Geral de Aposentações, em Setembro, mas o pedido voltou a ser indeferido. Três meses e meio depois morreu.

Mário Fernandes, Braga
Mário desculpa o título mas é o que encontrei de menos ofensivo para esta corja que manda no país.

O ridículo mata

"Houve sempre quem não gostasse do humor. Quem leu ‘O Nome da Rosa’, de Umberto Eco, sabe, até, que rir foi coisa subversiva, capaz de mandar o risonho para as profundas do Inferno.
E havia a Inquisição para os que tinham no riso o espanto dos males, e as polícias várias que perseguiam, sempre sem êxito, os que gozavam, mofavam, faziam troça, e assim – digamos – minavam a natural seriedade dos grandes actos, ideias e proclamações.
Esses tempos não passaram. Depois da anedota de Charrua, temos o caso da fotocópia jocosa que a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho não reprimiu a tempo. Fotocópia dissoluta e sem moral onde – por baixo de uma declaração de Sua Excelência o Seríssimo e Doutíssimo Ministro da Saúde – médico imoral, subversivo e comunista (ao que consta) colocou dichote infame e capaz de levar à perdição as almas simples do Minho e do todo português.
Depois da demissão, que se seguiu à já costumeira denúncia, veio o substituto, sisudíssimo socialista com pergaminhos de vereador na Câmara de Ponte da Barca e incapaz de uma graçola que possa afectar o bom nome, a moral, a grandeza e o sentido de Estado do Ministério e de todos os seus pares, d’Aquém e d’Além-Mar.
É extraordinário!
Como pode o Partido Socialista esquecer o que levou, em grande parte, à sua formação? Como pode não saber que a democracia e a liberdade se medem essencialmente pelos direitos e garantias que se dá às oposições, aos cidadãos individualmente, incluindo aos que têm o humor de colocar uma fotocópia ou o mau feitio de insultar o primeiro-ministro. É uma vergonha para qualquer partido, mas é uma dupla ou tripla vergonha para o partido que foi fundado por Mário Soares e por outros como ele.
É, além disso, uma fraqueza política exasperante. O sinal mais forte da insegurança e a patetice táctica no seu esplendor.
Ao agir assim, o Governo sublinha o seu poder, mas perde a sua autoridade. Quem vai crer que este é um Governo preocupado com as liberdades fundamentais? Quem vai crer que este é o Governo que – como garante o ministro Santos Silva e o primeiro-ministro – jamais perseguirá alguém?
A situação está a tornar-se ridícula. E o ridículo, como todos sabem, mata."
Texto retirado do Expresso on-line

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Da ressaca, ao pidezinho da JS

É já final da tarde de segunda-feira, ouve-se o bulício da folhagem tocada a vento e o sol já se começa a esvair mas eu ainda estou a sofrer dessa terrível doença do fim-de-semana a que os especialistas chamam ressaca. Esta coisa da ressaca tem muito que se lhe diga. Quem já pifou a sério, uma ou duas noites inteiras a beberricar e a fumar sem "dó nem piedade", sabe tão bem lou melhor do que eu que a ressaca é um tal estado de lástima física e mental que só de se ouvir a palavra parece que a sintomatologia aparece logo.
Confesso que já expermentei de tudo, mas no fundo o melhor remédio é mesmo não nos metermos nelas. Ou então, aguentarmo-nos à bronca sem atirar culpas para o Wisky de Sacavém ou para a Vodka de um "alambique", algures perto de nós.
Posto isto, recordo-me de me deitar ontem à noite - todo moidinho - e tentar adormecer o sono dos justos o mais rapidamente possível, para tentar enganar com estilo o acordar desta segunda-feira. Não vi na televisão a final do dança comigo, mas soube já que a Floribela com dois Ls meteu um golo na televisão pública e ganhou o concurso.
Gostei de saber isso, não que goste da Flor, mas porque me dá a impressão que a actriz que protagoniza aquele ridículo papel é uma boa pessoa. Além do mais, já a vi à civil e a tipa é "boa como o milho".
Antes de adormecer deu também para assistir "à conversa em família" do professor. Do sermão, recordo a bronca que deu no ministro da saúde. "está fora do prazo como os medicamentos e por isso só faz mal à saúde", atirou o professor ao seu melhor estilo. Pelo meio também gostei de ouvi-lo chamar "pidezinho", aquele espécie de jovem de Vieira do Minho - um abre latas da JS local, que bufou a história do centro de saúde. Uma porca miséria, um país assim, que além de ter que aturar estes abortos "pseudo humanos, tem ainda de aguentar uma máquina de apoio ao Governo que incentiva este tipo de delações. A mocidade portuguesa não faria melhor, apesar de todos os treinos!
O que me deixa completamente furioso é que seja um governo de um partido socialista a criar, alimentar, engordar este tipo de gentalha.
Não bastava que "os legítimos direitos dos trabalhadores", e as "grandes conquistas de Abril", virassem, num repente, privilégios, benesses, regalias.
Não bastava essa merdice de propaganda que o Governo cola às paredes com a ajuda de uns tipos chamados jornalistas que, para terem pão para a sopa, são piores que os chulos do Intendente.
Não bastava a pirosice provinciana de um Governo que para se afirmar (e mamar) nos vende a ilusão do retorno ao grande império, pela propagandeada execução dede obras tão gastadoras dos nossos impostos e tão inúteis, no contexto de uma país como o nosso.
Não bastava essa bosta toda, que agora tenho de aturar uns boysinhos fedorentos, impregnados até às orelhas (que lhe seguram a cabeça) de Paco Rabane de feira, fazerem de pidezinhos amaricados.
Que merda de partido a que um dia já pertenci! Ou melhor, que merda de gentalha que comanda um partido que já teve pessoas como Salgado Zenha!
A conversa já vai longa. Hoje estou ácido. Mas desabafar aqui no concelhoprofundo foi a única forma de tentar curar-me da ressaca. E não é que passou mesmo.